Argilina
Reconhecimento como argilina:
https://www.argila.psc.br/Argilinos
Capacitada como Argilina – Argila: Espelho da Auto-Expressão. In: https://www.argila.psc.br/Argilinos?cidade=Jaragu%C3%A1+do+Sul&estado=SC&linha= . Balneário Camboriu/SC. Carga horária: 26h. Período: 01 e 02 de julho de 2016
Curso I básico Argila: Espelho da auto expressão
Para que um número maior de profissionais, que buscam constantemente o aprimoramento de seus métodos e técnicas, se beneficiem deste recurso, surgiu desde 1995 o curso que visa ensinar de forma prática e dinâmica o método “Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX, que está sempre sendo acrescido de novos conhecimentos advindos da contínua prática da autora.
Este método tem por objetivo facilitar ao paciente, seja ele criança, adolescente, adulto, casal ou família, a expressão simbólica em argila dos seus conflitos e angústias, auxiliando assim no diagnóstico e na “argilização” do processo de ajuda.
Sua aplicabilidade não se restringe a nenhuma abordagem teórica e ou a área clínica, podendo ser empregada também na área escolar, hospitalar, organizacional, nos trabalhos de recrutamento, seleção e treinamento,
No curso é abordado as diferentes formas de aplicação do método com seus diferentes procedimentos, as cores, a redefinição das esculturas após a pintura e a amplitude dos significados dos componentes expressivos.
A inscrição dá direito ao material didático e de apoio utilizado durante o curso.
Possui uma carga horária de dezesseis horas/aula, divididas em teoria articulada com a prática e vivências. Destina-se a psicólogos e estudantes do último ano de psicologia. Profissionais de outras áreas, tais como: terapia ocupacional, psicopedagogia, fonoaudiologia, artístas plásticos, professores, assistentes sociais, homeopatas, psiquiatras também podem realizá-lo, desde que articulem o método à sua especificidade teórica e terapêutica.
O curso vem ocorrendo nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte e Goiânia, com perspectiva de ser ministrado também em outros estados. Cada vez maior é o número de profissionais que buscam esta formação, totalizando aproximadamente quatro mil “argilinos” até 2007. Lembrando que “argilino” é o nome dos profissionais que realizaram o curso e adotam o método “Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX em suas diferentes práticas de ajuda.
Curso II O resgate da autoestima
Desde 1998 Maria da Glória O vem desenvolvendo em sua prática clínica o trabalho da AUTO-ESTIMA no método “Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX, o qual possibilitou a montagem do KIT 03 e o seu lançamento bem como do curso II avançado, priorizando a temática da auto-estima, teve seu início no segundo semestre de 2002. Dando mostra assim de que com o método há sempre a possibilidade de infinitas criações em prol de ajudar as pessoas que buscam amenizar seus sofrimentos.
Na perspectiva de sempre estar informando novos conhecimentos e sugestões no trabalho prático e criativo com o método “ARGILA ESPELHO DA AUTO-EXPRESSÃO”SUX, a psicóloga Maria da Glória Cracco Bozza LY lança o esperado curso específico para a auto-estima. Velha temática, porém de grande ressonância nos dias atuais, sendo de suma importância para o desenvolvimento saudável do sujeito.
O trabalho com a auto-estima pelo método proporciona o autoconhecimento e o enfrentamento das dificuldades referentes ao reconhecimento do valor próprio e das potencialidades. Oportuniza re-significar as mensagens de inferioridade e os conceitos negativos obtidos no desenvolvimento e assim o sujeito passa a acreditar e a reconhecer-se, sentindo maior confiança, segurança, serenidade e autonomia em seu viver.
Neste curso é abordado aspectos da auto-estima e suas temáticas. Como também pelo concreto das esculturas em argila a possibilidade de realizar uma compreensão simples, objetiva e funcional dos aspectos emocionais, físicos, cognitivos e sociais do paciente com sua re-significação para mudanças.
Para isto, serão ensinados os seguintes procedimentos: construção da escala de percentagens, resgate e possibilidade de leitura metafórica e funcional das partes corporais, colagem metafórica na reafirmação dos aspectos trabalhados e integração dos mesmos pela construção de uma escultura final.
Destina-se a “ARGILINOS” e a profissionais e estudantes da área de Saúde.
Este curso tem uma carga horária de 16 horas/aula dividas em teoria articulada com a prática e vivências.
A inscrição dá direito ao material didático e de apoio utilizado durante o curso, sendo também fornecido certificado.
Curso III Acolhendo a Criança interior
A novidade do método “Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX a partir de 2005 é o curso III: Um recurso terapêutico “ACOLHENDO A CRIANÇA INTERIOR” que evidencia a eterna busca da Psic. Maria da Glória Cracco Bozza LY em repassar aos profissionais novos recursos para melhor auxiliar àqueles que sofrem. O curso visa reconhecer e resgatar as fragilizações internas e relacionais nos diferentes sistemas, através das potencialidades da pessoa.
O que haveria de melhor para um profissional do que aumentar seu arsenal de recursos, experimentando a inovação de técnicas, explorando idéias, conhecendo uma nova visão sobre a criança interior, adquirindo novos conhecimentos e ampliando o que já vem sendo criado e desenvolvido na “comunidade argilina”. Propiciando assim, diminuição de sintomas e sofrimentos, relações mais saudáveis, e aumento da auto-estima, pela “argilização” que o método oferece.
O curso contempla aprimoramento técnico do profissional para melhor auxiliar sua clientela, bem como a vivência do acolhimento de sua criança interior segundo o modelo do método “Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX. A articulação das mãos no barro, as esculturas tridimensionais com: as cores, as fisionomias, as expressões corporais, os diferentes tamanhos, revelam pela visualização a expressão da real necessidade afetiva, facilitando a re-significação cognitiva, sendo isto o que dinamiza o trabalho com o acolher da criança interior, no método “Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX. Pois, como diz Alice Miller “Não são os traumas que sofremos na infância que nos torna emocionalmente doentes, mas a incapacidade de expressar esses traumas”.
APLICABILIDADE: não se restringe a alguma linha teórica e ou área de atuação. Pois, o entendimento, a leitura e a forma de intervir diferenciam-se para cada área.
PÚBLICO ALVO: profissionais e estudantes das áreas da Saúde e da Educação.
A carga horária de 16 horas/aula do curso está divida em teoria articulada com a prática e vivências.
A INSCRIÇÃO DÁ DIREITO AO MATERIAL DIDÁTICO E DE APOIO UTILIZADO DURANTE O CURSO, SENDO FORNECIDO TAMBÉM CERTIFICADO.
Conhecendo a técnica:
O trabalho da criança interior:
(Certificado de registro pela Fundação Biblioteca Nacional, Ministério da Cultura, nos Escritórios de Direitos Autorais do Rio de Janeiro, sob número: 401.949 Livro: 749 Folha:109)
No desenvolvimento de sua vida profissional desde 1981, seja na clínica e/ou academicamente, a psic. Maria da Glória Cracco Bozza LY, sempre priorizou a ética e a busca por estudos, especializações e mestrado para melhor instrumentalizá-la no auxilio daqueles que demandam ajuda para suas questões de sofrimento. Sua trajetória criativa inicia no trabalho com a argila desde 1982 nos atendimentos clínicos, formalizando aos poucos uma metodologia e nomeada em 1993 como “Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX, ensinada aos profissionais nas diferentes regiões do Brasil desde 1995. Na argila o sujeito tem a possibilidade de expressar metaforicamente pelas esculturas construídas seus conflitos, dificuldades e sofrimentos, facilitando a expressão verbal e o autoconhecimento.
Neste percurso criou esculturas metafóricas representativas das diferentes temáticas encontradas nas intervenções terapêuticas, dando origem em 1997 ao Kit 01 “Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX. Como a criação é eterna e não finda, ao realizar um curso em 1998 sobre auto-estima somou com o que já trabalhava com seus pacientes, e com a sistematização do método criou e formalizou o trabalho da auto-estima, auxiliando ao profissional e ao cliente a visualização do andamento, da melhora e dos aspectos ainda que faltam a ser revistos no processo de mudança, pela metáfora e suas articulações apreciada nas esculturas humanas. Sendo lançado em 2002 o Kit 02 “Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX com novas temáticas e uma breve explanação do trabalho da Auto-estima, como também o Kit 03 e o curso II específicos para o trabalho da Auto-estima segundo a metodologia em questão.
Uma das temáticas trabalhadas verbalmente no processo era a da Criança Interior, que ao ser constantemente utilizada gera nova fagulha criativa, assim surge o Kit 04 “Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX com esculturas de adultos e crianças, representando os déficits e inadequações do desenvolvimento dos sujeitos que resultaram em conflitos, traumas, angústias e expressos nas diferentes queixas e sintomatologias. Com a visualização da cena montada com as esculturas, o sujeito tem a condição de observar de fora o que foi vivido como personagem central e assim poder avaliar e decidir o que deseja de agora em diante como autor e diretor de sua história.
Portanto, o trabalho com a Criança Interior pelo método “Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX facilita o entendimento e proporciona uma atuação clara, coerente e eficiente pela tridimensionalidade que o material propõe. A utilização dos diferentes recursos do método reconhece tais aspectos e propõem as mudanças ou minimização do sofrimento. Busca o reconhecimento dos aspectos abusivos do desenvolvimento, suas necessidades não satisfeitas, registradas de múltiplas formas, e futuramente revividos nos padrões relacionais e nos sintomas.
Pela concretude com as esculturas vai além do simples rememorar cognitivo e verbal dos fatos, facilitando ao sujeito, pelo clima lúdico, falar focadamente das questões de conflitos. Propõem um experimentar de tais emoções pela cena montada com as esculturas no agora e no presente. Favorecendo um compartilhar simétrico entre terapeuta e sujeito, da situação estressante e de muitos sentimentos fragilizados, num clima respeitoso e de muita compreensão, refazendo as relações vividas, porém de uma forma saudável e funcional.
Prioriza as potencialidades do sujeito, suas características positivas, reorganizando, redefinindo e reescrevendo a história pela reparentalização da criança ferida, não mais demandada nas relações e nos outros, mas sim pelo próprio sujeito. Passando a ser o educador e protetor da sua Criança Interior, fazendo-o de maneira adequada e quebrando o círculo vicioso do sofrimento.
Pela consciência de sua história e observada na montagem da cena pelas esculturas, poderá desprender-se das fixações do passado, podendo fazer novos aprendizados e novas escolhas. Possibilitando ao sujeito a chance de refazer sua vida, ele agora é a ponte entre a criança e o mundo. E assim proporcionará à Criança Interior, pelo seu aconchego, amor e proteção, um novo lugar de EU no mundo, mais seguro, com menos carências e necessidades, sendo responsável pelas suas escolhas e o seu existir. Com sua adultez e aspectos maduros pode revisar sua história, compreendê-la e com consciência agora escolher que seqüência deseja dar a sua vida.
Assim, 2006 demarca o lançamento do Kit 04 “Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX, significando o finalizar desta obra, no entanto enunciando a continuidade do processo inventivo da autora, agora livre para novas construções que possam melhor instrumentalizar os profissionais na busca de auxiliar àqueles que procuram por ajuda.
1 – POPULAÇÃO
Ao pensar que as questões afetivas são universais e dizem do desenvolvimento dos seres humanos, o trabalho com a Criança Interior pode ser realizado para qualquer faixa etária, sem distinção de gênero, credo ou cultura, para qualquer espécie de queixa ou sofrimento, de forma individual, casal, familiar ou em grupos.
Os sujeitos que sofrem de limitação cognitiva conseguem interagir e desempenhar o trabalho. Pois o inconsciente e os afetos são da constituição humana e independem de questões de tal ordem.
Pelo trabalho ser realizado de forma lúdica, com as esculturas em argila ou as dos kits, facilita aos sujeitos interagirem com a proposta.
2 – OBJETIVOS
- Propiciar o sensibilizar aos mais insensíveis e racionais.
- Buscar o padrão relacional familiar para o entendimento e a mudança saudável dos vínculos.
- Proporcionar ao sujeito o conhecimento e o trabalho com a dor em relação aos pais, para poder diferenciar-se e tornar-se autônomo e independente.
- Viver o presente desligando-se do passado e de um futuro idealizado.
- Possibilitar o entendimento das comunicações nas relações pelo lúdico da Criança Interior e poder expressá-las evitando as formas defensivas, ofensivas, manipulativas ou provocativas.
- Dar condições para o sujeito se autoconhecer e escolher como deseja escrever sua existência a partir deste momento.
- Resignificar e reescrever a história do adulto de hoje.
- Reconhecer a criança que sofre.
- Instrumentalizar o sujeito no seu autocuidado e autodefesa.
- Curar a Criança Interior.
- Reconhecer as necessidades e tentar satisfazê-las, levando o sujeito a uma totalidade e maturidade, refletindo na saída do círculo vicioso e melhorando as relações.
- Harmonizar as vivências da criança com o existir do adulto.
- Liberar a energia e a emoção presas, tornando-se uma expressão, possibilitando um re-equilíbrio e maior saúde.
- Auxiliar no alívio do sofrimento diante de situações emergenciais ou de longo período de sofrimento.
- Reconhecer e reviver os aspectos positivos da criança que foram barrados em seu desenvolvimento.
- Reconhecer e potencializar as qualidades, aspectos maduros, adequados e saudáveis do sujeito.
- Aflorar a criatividade.
- Levar o sujeito a um maior autoconhecimento, consciência do seu sofrimento, e a possibilidade de fazer escolhas com responsabilidade.
- Assegurar a Criança Interior o que foi deficitário no seu desenvolvimento e a consciência dessas necessidades.
- Mobilizar pelo concreto das esculturas, intensas emoções e sentimentos regressivos, ativando a memória infantil.
- Possibilitar pela concretude um re-experienciar das emoções conflitivas
- Através do concreto da cena possibilitar o reviver das emoções e experiências passadas que deixaram marcas ou seqüelas afetivas, reconstruindo e entendendo de outra forma.
- Levar o adulto a perceber e satisfazer as necessidades de sua Criança Interior.
- Atender as necessidades da Criança Interior desenvolvendo conseqüentemente a auto-estima.
- Reconstruir a auto-estima, potencializando o sujeito pela sua compreensão madura e adulta dos fatos.
- Instrumentalizar o trabalho do terapeuta somando com outros recursos que já conheça.
- Desenvolver o potencial dos sujeitos para serem seus próprios co-terapeutas, auxiliando e fazendo pontuações terapêuticas eficazes, como também tornando-se protetor e cuidador de sua Criança Interior.
- Contribuir para a “Argilização do processo terapêutico”.
3 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O trabalho da Criança Interior é um recurso muito simples, mas eficiente para auxiliar na autocompreensão, auto-estima e na eficiência pessoal. Ativa pelas cenas conteúdos guardados, facilitando a compreensão e o processo de aprendizagem para uma vida mais saudável.
O tema sobre Criança Interior é bastante antigo e há mais ou menos 40 anos tornou-se popular. Eric Berne em 1972 na Análise Transacional já transcorria sobre o tema. Robert e Mary Golding em 1995 falavam deste conceito na Terapia da Redecisão na Gestalt.
O próprio Carl Yung muito transcorreu sobre o tema e nos diz que “A infância não é importante apenas por representar o ponto de partida para um possível comprometimento do instinto, mas também por ser a época em que, aterrorizantes ou encorajadores, esses sonhos e imagens que enxergam tão longe e procedem da alma da criança preparem seu destino inteiro” (ABRAMS, 1999, p. 119). A criança interna pode ser entendida como um símbolo da totalidade da psique.
Outros autores como Zerka Moreno falam da Criança Interior comparando-a com a psicoterapia, “um ato de cuidar da criança machucada que cada um carrega dentro de si mesmo”(CUKIER, 1998, p.9 ).
Várias são as terminologias que os autores usam para definir Criança Interior, entre elas: criança escondida, criança ferida, criança vítima de abusos, criança vitimada a pequenas negligências e acidentes involuntários ou até os episódios moralmente repreensíveis de exploração e abuso sexuais de menores.
O método: “Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX entende o sujeito como um todo: corpo, sentimentos e pensamentos que resultam em sua individualidade, somado com as experiências das relações em seu núcleo familiar em seu desenvolvimento. O resultado deste conjunto leva a uma evolução e amadurecimento numa série de aspectos. Assim em cada ser humano existe a expectativa do crescimento para a maturidade, no entanto, muitos aspectos por diferentes motivos não evoluem a contento, são infantis, regressivos e passam a fazer parte do sujeito com o seu lado criança, não aceito e rejeitado, gerando desconfortos, sofrimentos e podendo chegar até os sintomas nas formas mais variadas possíveis. É o Eu-criança do adulto dominando e fazendo parte do seu dia-a-dia , segundo valores, emoções, e perspectivas infantis, impedindo que a auto-estima se estabeleça de forma adequada. Assim, revive a insegurança, dependência e a indiferenciação, bem como o entendimento restrito do viver nas relações que estabeleça ao longo da sua vida. Tais manifestações podem ser entendidas metaforicamente como as necessidades não satisfeitas e incompreendidas de nosso interior, aqui denominadas de “Criança Interior”.
Engloba os comportamentos do sujeito em qualquer faixa etária e que não condigam com o esperado para sua idade cronológica. Pode ser entendida também como qualquer sintoma, queixa ou sofrimento. Um exemplo disso é uma criança com 7 anos que está tendo comportamentos esperados para uma criança de 3 anos. Com 7 anos e com uma suposta maturidade deveria utilizar outros recursos que o amadurecimento cronológico lhe forneceu, porém por razões adversas não está usando nem tendo tal maturidade e resolve com as armas que desenvolveu e aprendeu no seu desenvolvimento real.
A Criança Interior é simbolicamente a representação dos conflitos e necessidades emocionais não reconhecidas e não satisfeitas, qualquer sensação, sentimento ou comportamento não adequado, que geram sintoma ou dele são resultantes e que levam o sujeito ao sofrimento, mal estar ou insegurança. É parte que integra o adulto. É o resultado das vivências dos aspectos familiares disfuncionais, com os modelos dos pais e cuidadores introjetados, submetida a diferentes experiências abusivas e vivendo eternamente a desconfirmação e a desqualificação.
O trabalho de reconhecimento da Criança Interior possibilita pela consciência da própria história, desprender-se das fixações com a mesma e com os seus personagens, podendo revê-la e a escolher o que deseja para dar continuidade a seu existir, ou seja, podendo diferenciar-se. Pela diferenciação pode libertar-se de aspectos que o aprisionavam, para poder viver daqui para diante sobre uma nova e diferente óptica, a óptica da consciência do seu ser, seu pensar, reconhecimento de seus desejos, o que deseja para sua vida e poder principalmente ser dono daqui para diante de sua história.
A Criança Interior representa as ações repetitivas e que mostram que nada foi aprendido de novo, faz sofrer, não sendo adequado e nem produtivo. Aparece nas situações que envolvem afeto nas relações. Pela potencialidade que o adulto hoje apresenta, que é sua visão e análise racional dos fatos, é possível entender as situações de forma madura e crítica.
O desenvolvimento de um indivíduo se faz de progressões e regressões, o aspecto emocional não suprime etapas e sim reintegra tais etapas na personalidade, enriquecendo as novas vivências. Assim é o trabalho da Criança Interior, a busca da integração do desenvolvimento maduro de hoje ao da criança do passado, para assim enriquecer com o potencial de hoje ao da criança do passado somando às novas aquisições feitas ao longo de seu existir.
Existe um Eu-criança dentro do adulto, que revela aspectos de nós mesmos que permaneceram ali de mãos dadas a ela, como também outras esferas que foram desenvolvendo e nos revela o adulto que somos hoje. De todo, Criança Interior não é negativa, porém e principalmente designa um lado desejável e necessário que possibilita viver o lado espontâneo, imaginativo, a descoberta, energia, autenticidade, perseveração, alegria, amor, felicidade, emoções, prazer, brincar, arriscar-se, ingenuidade, capacidade de recuperação, liberdade e também como ser único. Tais características não devem jamais ser abandonadas. No entanto, alguns aspectos negativos são revividos e fazem sofrer ou desenvolvem relacionamentos pouco saudáveis, entre eles, a insegurança, a dependência, ingenuidade, não aceitação de limites e a limitada compreensão do mundo. Este lado não-aceito, não-integrado, abandonado, rejeitado por vergonha, raiva, embaraço, humilhação, dor ou medo, passa a incomodar nossa existência não permitindo relacionarmos de maneira madura e responsável, e sim o fazendo com comportamentos inadequados e infantis, impossibilitando o viver com liberdade e maturidade.
O ideal é que durante o processo terapêutico ao ser reconhecido tais aspectos negativos, o sujeito aceite sua criança, a acalente, a entenda e a escute, pois se está desta maneira é porque alguma coisa a fez muito sofrer ou ficar com medo e insegurança, assim chega de pressioná-la, já está por demais assustada, não necessita de chibatas e sim de alguém que a acolha e a entenda, para assim reforçar seus aspectos positivos, torná-la segura e aos poucos ir revendo sua auto-estima que se perdeu. É a busca do sujeito para fazer as pazes com sua Criança Interior, cuidando-a e integrando o Eu-criança ao Eu-adulto. Reconhecer e aceitar a criança que já fomos pelo que ela não sabia, não podia saber, enfrentar ou sentir é trazer esta criança para o real de hoje, ajudá-la para o amadurecimento de alguns aspectos, reconstruindo internamente o sujeito. É uma possibilidade do Eu-adulto fazer as pazes com seu Eu-criança, buscando um amadurecimento e integração de tudo o que representa o sujeito.
Falamos em criança, mas podemos pensar na reconstrução e no resgate das diferentes etapas de nosso desenvolvimento, bebê, criança pré-escolar, escolar, adolescente. Enfim, podemos nomeá-la a qualquer momento em que o sujeito esteja apresentando comportamentos infantis e que não condizem com o desenvolvimento atual. Necessita ser revisto o que aconteceu nestas várias etapas que impediram a evolução, e hoje como adulto alcançar um desenvolvimento mais saudável e maduro, e conseqüentemente uma maior autoconfiança.
Uma das maneiras como se pode cuidar da Criança Interior é reconhecer sua presença, pois ela é tudo o que foi abandonado e exposto. “A eterna criança no homem é uma experiência indescritível, uma incongruência, uma desvantagem, e uma divina prerrogativa; um imponderável que determina a presença ou ausências últimas de valor de uma personalidade” (ABRAMS, 1999, p.81). Enquanto essa criança não for assumida e vivenciada, ela é uma criança abandonada, e isso faz reviver o luto pela perda de alguém significativo, portanto o reviver da dor e do sofrimento.
Um ego fortalecido e consciente das potencialidades da Criança Interior pode protegê-la com suas defesas. “Tomar conta dessa criança interior por intermédio de um ego consciente oferece a sensação de força real. Isso representa o verdadeiro fortalecimento. Quando o ego consciente está atento a criança vulnerável e cuida dela, não há mais necessidade de confiar apenas nos dispositivos automáticos de proteção providenciados pelos eus primários, mesmo que no passado estes tenham proporcionado uma sensação de segurança. Tão pouco existe mais a necessidade de confiar aos outros a responsabilidade por essa criança. É importante saber que cada um de nós é essencialmente responsável por cuidar dessa criança interior. Quando nos incumbimos adequadamente de nossa própria vulnerabilidade, estamos em condição de nos relacionarmos profunda e eficientemente com os outros. Quando não damos a devida atenção à nossa própria criança vulnerável, ela buscará ser cuidada por outrem e formará ligações profundas e inconscientes com o lado paternal/maternal das outras pessoas” (ABRAMS, 1999, p. 171).
No método, pela concretização metafórica dos conflitos, possibilita trazer os fatos ocorridos na infância, ao que o sujeito o faz de maneira muito crítica consigo e a tentativa é de que hoje como adulto, tendo consciência de seus aspectos infantis possa fazê-lo com entendimento, acolhimento e maturidade. Assim, o trabalho reside no sujeito entender hoje com a maturidade que possui, o que a criança na época passou, e segundo sua pequena idade foi a forma como pode compreender e enfrentar as situações.
Ao trazer situações atuais em que vive o medo ilusório e que não haveria o porquê estar com tal sentimento, o paciente estará assim revivendo algo de sua infância, ao que o terapeuta o leva a perceber a situação em que era vivida, levá-o ao entendimento de que como criança na época não tinha muita opção, discernimento e maturidade, e só lhe restava obedecer e acreditar naquele adulto que, de uma forma ou outra, tentava fazer aquilo que achava segundo sua cabeça ser o melhor. Porém, hoje fazer aquilo que achava segundo sua cabeça ser o melhor. Porém, hoje ele é um adulto, e assim leva o paciente a construir o seu pensar e a defesa a respeito da situação, bem como a melhor forma para si de lidar com ela, treinando sua diferenciação. Assim facilita o que o sujeito poderá falar para sua Criança Interior, com maior convicção, uma vez que é no que hoje ele acredita. Leva a criança também a perceber os reais perigos e o que é ilusório e como fortalecê-la. A lógica infantil existe no adulto pela Criança Interior, portanto ela tem sua própria lógica que necessita ser trabalhada e ter um pensamento mais realista e maduro.
4 – APLICAÇÃO DO MÉTODO NO TRABALHO DA CRIANÇA INTERIOR
Serão utilizadas as três formas de aplicação do método já citadas anteriormente.
a) escultura escolhida pelo terapeuta como tema
b) tema escolhido pelo sujeito por meio das esculturas previamente confeccionadas
c) terapeuta e sujeito confeccionam algo em argila.
No método, trabalhando especificamente com a temática da Criança Interior, após o uso da escultura do “Sou tão você que sinto falta de mim mesmo” (figura que aparce no texto sobre a auto-estima) e a realização junto ao paciente da apresentação da temática da Criança Interior, identificação das idades para a criança e para o adulto, bem como suas características positivas e negativas, passará a utilizar as esculturas humanas do Kit 04 “Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX, escolhendo as esculturas que representarão o seu adulto e a sua Criança Interior. Realizado estes procedimentos, monta-se a cena que simboliza a situação de sofrimento e se necessário escolhe mais esculturas para melhor representar a situação (figura 01 abaixo). Na seqüência remonta-se a cena (figura 02 abaixo), constróe-se o Repertório e orienta-se no final para a Tarefa da semana, bem como prescreve a Recaída. Caso necessário, para auxiliar o melhor entendimento, pode fazer uso das esculturas metafóricas dos outros Kits “Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX.
A imagem escolhida torna-se facilitadora de outros assuntos que certamente emergirão do tema inicial. A mesma imagem pode ir sofrendo novas significações à medida que se avança no processo terapêutico; além disso, outros aspectos da história desse indivíduo podem a ela ser creditados.
Figura 01
Figura 02
5 – CONCLUSÃO
A proposta da Psic. Maria da Glória Cracco Bozza LY com o método “Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX, é sempre buscar formas criativas de poder auxiliar num crescente, àqueles que sofrem e buscam auxílio com os diferentes profissionais, e nas diferentes formas de recursos e métodos existentes.
Assim, está aqui mais um ótimo recurso, que visa pela potencialidade do sujeito, entender o sofrimento de sua Criança Interior, reconhecê-la e poder ajudá-la e orientá-la, enfim, proporcionar-lhe uma segunda chance de educação mais saudável e acolhedora. Como diz Alice Miller “Não são os traumas que sofremos na infância que nos tornam emocionalmente doentes, mas a incapacidade de expressar esses traumas” (ABRAMS, 1999, p. 211). O método pela possibilidade da montagem da cena e do repertório, permite reconhecer, ter consciência e poder expressar tais traumas. Porém, vai ainda mais longe, pela observação da cena de fora, o sujeito será seu próprio espelhamento hoje, e recodificará as mensagens de forma mais coerente, uma vez que sente, vive, experimenta o que é negativo e não produtivo, de uma forma diferente da vivida no passado, hoje numa condição adulta e madura.
O sujeito de hoje é o sistema funcional e adequado no presente das vivências da criança do passado.
Com esta reformulação interna, passará a entender a si e aos outros de forma mais saudável, tornando-se mais produtivo e criativo, aumentando sua auto-estima e contribuindo para uma sociedade mais humana e respeitosa, a medida que sirva de “Espelho da Auto-Expressão”YF.
Enfim, proporciona estabelecer relações mais saudáveis com ações maduras, reparadoras, aumentando o bem estar e a dignidade, direitos do ser humano, pelas escolhas conscientes do sujeito, com liberdade e responsabilidade.
“Não esqueça das necessidades de sua criança interior,
garanta-lhe segurança e amor,
e a cada dia proporcione-lhe um
eterno acolhimento”.
Maria da Glória Cracco Bozza LY
6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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O trabalho da auto estima no método:
(Certificado de registro pela Fundação Biblioteca Nacional, Ministério da Cultura, nos Escritórios de Direitos Autorais do Rio de Janeiro, sob número: 275.133 Livro:495 Folha:293)
O método “Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX (BOZZA, 1994), como já citado foi desenvolvido desde 1985 e encontra-se em constante descoberta e evolução. Em agosto de 1998, Reynaldo Perrone, no curso Técnicas de Terapia Breve; Violência e Abuso Sexual, informou que 90% dos pacientes que buscam tratamento psicoterápico trazem queixas relacionadas com problemas de confiança ou baixa-estima. O levantamento de tais queixas é realizado pela Técnica da Escala das Percentagens. Com a constante aplicação desta técnica em conjunto com o método “Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX surgiu o trabalho com a velha temática da AUTO-ESTIMA, de uma forma criativa e inovadora.
O método formalizou-se segunda suas três formas de aplicação, já citadas anteriormente até 1998, no entanto por sua versatilidade, dinamismo no uso do material primitivo, a argila, permitiu a inovação e criação de uma nova maneira de trabalho com antigas temáticas. É de infinita grandeza criativa, gerando boas expectativas do que se pode com ele alcançar e concretizar.
A partir deste momento a aplicação do método concomitante a Técnica da Escala de Percentagens potencializou os resultados em pacientes que revelavam dificuldades de auto-estima.
A auto-estima é entendida como uma força interior que se referencia ao conhecimento e o autoconceito que temos de nós mesmos, afetando nossas reações nos relacionamentos e acontecimentos da vida diária. OAKLANDER (1980) acrescenta que a auto-estima pode ser considerada como um sentimento de juízo, de apreciação, valorização, satisfação que o sujeito tem de si mesmo e que são expressos pelas atitudes para consigo.
Um grande estudioso a respeito deste assunto é Nathaniel Branden, que propõem a seguinte definição para auto-estima: “1- A confiança em nossa capacidade para pensar e enfrentar os desafios da vida. 2- A confiança em nosso direito de ser feliz, a sensação de sermos merecedores, dignos, qualificados para expressar nossas necessidades e desejos e desfrutar os resultados de nossos esforços”. (BRANDEN, 1998, p. 28)
A auto-estima apresenta os seguintes componentes, segundo BRANDEN (1999, p. 9): o sentimento de competência pessoal e o sentimento de valor pessoal, enfim, é a soma da autoconfiança com o auto-respeito. Outro autor, HUMPHERYS (2001, p.16), diz que existem “duas dimensões principais da auto-estima: o sentimento de ser amado e o sentimento de ser capaz”.
Assim quando o terapeuta perceber que o sujeito traz no seu discurso de maneira explícita ou não esta temática, aplica a Técnica da Escala de Percentagens, solicitando ao mesmo que determine numa escala de “zero a 100%”, representados num círculo (FIGURA 01), quanto de confiança ele possui, bem como realiza um inventário de perguntas que dirá em que situações perde, não tem ou tem em déficit a auto-estima. Podemos exemplificar com a situação de um sujeito que relata possuir apenas 20% de auto-estima, num total de 100% (FIGURA 02).
Figura 01
Figura 02
O próximo passo é levar o sujeito a perceber o que ocorre com os outros 80% de sua auto-estima, que neste momento parece não lhe pertencer ou não possuir. Conclui-se que em todas as situações em que perde a auto-estima um “outro” sujeito está envolvido, nomeado explícita ou implicitamente. Por exemplo: sujeito diz que não consegue se posicionar frente a figura de autoridade, portanto não possui confiança em si frente a esta, ou seja, perante um “outro”. Outros exemplos podem ser citados: “dependo sempre da aprovação de um colega”; “perco-me nos comentários de minha mãe”; “sinto-me inseguro em situações que necessito falar em público”. Então, podemos deduzir com o paciente que os 80% de auto-estima que faltam para totalizar os 100% estão depositados nas relações com as outras pessoas, representados graficamente na figura 02.
Pela expressão “outro” entende-se todas as pessoas significativas e com quem o sujeito mantém ou manteve contato e inter-relação, pois sozinhos não sobrevivemos, seja quanto às necessidades básicas, de aprendizagem ou quanto às afetivas.
Este processo de levantamento dos aspectos da auto-estima possibilita trabalhar os conteúdos envolvidos com a história de vida, vivências e aprendizagens do sujeito. A auto-estima desenvolve-se em paralelo ao amadurecimento, pelas relações afetivas estabelecidas com as figuras parentais ou com as figuras que realizam tais funções, contribuindo na formação da imagem corporal e da sua identidade, fatores essenciais para a constituição do processo de diferenciação de todo o ser humano.
Os primeiros temas que aparecem no desenvolvimento deste trabalho são a indiferenciação e dependência. O sujeito tem dificuldade de diferenciar-se do “outro” e notar o quanto é dependente deste vínculo relacional, só percebendo-se enquanto indivíduo à semelhança e espelho deste “outro”. O terapeuta utiliza-se de uma das formas de aplicação do método, escolhendo entre as imagens que fazem parte do “Kit 01 e 02 Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX e que estão expostas na estante da sala, a escultura de duas cabeças em um único corpo, com a seguinte inscrição no peito: “Sou tão você que sinto falta de mim mesmo” (FIGURA 03), que facilita a representação metafórica da indiferenciação, aspectos que precisam ser percebidos e integrados de maneira diferente no existir do sujeito.
Figura 03
O amadurecimento emocional ocorre de maneira lenta e não é tão simples quanto o corte físico do cordão umbilical, pois o bebê necessita de um “outro” ser humano que satisfaça suas necessidades, visto que é altamente dependente. A relação estabelecida com o “outro” possui códigos e símbolos que facilita com que o bebê crie a ilusão de que o mesmo estará sempre ao seu lado, gerando um sentimento de segurança. No entanto, se faz necessário o desligamento gradual e emocional da criança em relação à figura materna em direção a diferenciação do EU. A figura paterna é essencial neste processo de identidade, firmando o desligamento entre mãe e filho. Entretanto BOWEN (1989), afirma que quanto mais baixo o nível de diferenciação mais forte é o apego emocional não resolvido dos pais e mais intenso são os mecanismos destinados a controlar a indiferenciação.
O ideal no processo de ajuda é levar o sujeito a individuação ou a diferenciação do EU, aumentando conseqüentemente a sua auto-estima. Por isso o trabalho com a escultura em questão, pela materialização metafórica, facilita a conscientização do sujeito do quanto ele se encontra ligado aos preceitos dos outros, necessitando individualizar-se e aumentando assim seu grau de autonomia e confiança.
Na continuidade e diante desta proposta, segundo o que vem sendo trabalhado com as questões da indiferenciação, o terapeuta pode utilizar-se do método segundo a modalidade: sujeito modela em argila segundo tema livre, com a consigna: “brinque com a argila da forma que desejar e até o final da sessão tente modelar algo, para que numa próxima sessão siga o trabalho de pintura”. Enquanto isso o terapeuta modela segundo tema dirigido, no caso o da auto-estima. O terapeuta já tendo obtido os dados referentes aos níveis percentuais da reduzida auto-estima, confecciona duas imagens humanas que representarão respectivamente o próprio paciente e uma outra pessoa segundo detalhes (posição dos braços, fisionomia, sexo, etc.) fornecidos pelo paciente. Este ao orientar o terapeuta quanto aos detalhes das esculturas humanas estará expressando seus desejos e pensamentos, conscientizando-se de seu próprio valor, podendo ir desenvolvendo sua auto-imagem, permitindo arriscar e apresentar ao mundo sua forma de ser e pensar. A forma de agir do profissional, respeitando e reforçando a posição do sujeito nesta atividade, propicia organizá-lo e fortalecê-lo para a interação, uma vez que não confia em seu potencial e valor pela sua reduzida auto-estima.
Com as duas esculturas humanas prontas de acordo com detalhes sugeridos pelo paciente, terapeuta explica que passará a montar a imagem em argila que representa o paciente, segundo as percentagens definidas anteriormente quanto a sua auto-estima e que correspondem aos valores percentuais das partes corporais que serão sugeridas pelo paciente.
Como exemplo já referenciado nas figuras 01 e 02 o sujeito possuía 20% de auto-estima, portanto, localiza-se na escultura que representa o paciente, 20% de massa segundo as partes do corpo eleitas por ele. O restante da imagem humana possui ainda 80% de massa que será localizada em partes menores e depositadas na imagem humana que representa o “outro”. Estas partes serão resgatadas lentamente à medida que o processo terapêutico evolui, sendo condizente com o aumento da auto-estima. O objetivo final é o sujeito reaver tudo o que metafóricamente depositou e potencializou no “outro”, reintegrando-se e revendo-se enquanto sujeito inteiro, autônomo e diferenciado. Registrar os dados do percentual de auto-estima obtidos verbalmente em esculturas humanas confeccionadas em argila, leva o sujeito a uma maior percepção de como se configura sua auto-imagem neste momento.
O passo seguinte é a pintura das esculturas realizadas. Enquanto o paciente pinta a imagem que esculpiu livremente, o terapeuta colorirá as duas figuras humanas, segundo a orientação e escolha das cores feitas pelo paciente. No final, o terapeuta monta as duas imagens segundo os valores percentuais determinados anteriormente, ou seja, o quanto de auto-estima possui neste momento. Exemplo: 20% e o restante serão depositados na imagem que corresponde ao “outro” e estará superpotencializada, pois terá uma imagem inteira mais 80% da auto-estima do paciente que foi ali depositado, resultando um “outro” com 180% de auto-estima em detrimento ao paciente que possui no seu referencial interno apenas 20%, conforme mostra a figura 04.
Figura 04
As esculturas do sujeito e as do terapeuta são expostas numa estante da sala de atendimento, junto com outros trabalhos realizados em argila. Essas imagens expostas favorecem a continuidade do processo terapêutico, uma vez que estão presentes nos atendimentos posteriores. Por terem sido elaboradas de maneira dinâmica, com encaixes que possibilitam as partes serem colocadas ou retiradas, podem ser alteradas continuamente de acordo com a evolução ou recaída de cada sujeito.
Apesar dos resultados positivos alcançados com a aplicação do método surgiu um entrave: como aplicá-lo quando os profissionais não possuem afinidade no trabalho com a argila, ou mesmo quando os pacientes resistem ao seu manuseio? Foi então criado especialmente para o trabalho da auto-estima e para sanar as dificuldades, o “Kit 03 Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX. É composto por imagens humanas inteiras que representam o “outro” e imagens humanas já divididas para representar o sujeito e facilitar a escolha das partes corporais correspondentes aos percentuais de auto-estima que possui no momento. Tais imagens foram divididas segundo pesquisa em prática terapêutica nos locais mais escolhidos pelos pacientes que se submeteram ao método no trabalho com a auto-estima.
A escolha por imagens humanas no trabalho da auto-estima é pelo fato de que o sujeito reforça seu sentido de EU pela consciência corporal. O processo de identidade estará completo se o paciente tiver a consciência de quem é, pelo conhecimento do que sente, da expressão de seu rosto, de sua postura e forma de movimentar-se. O eu-corporal seria o primeiro aspecto do EU a ser desenvolvido. O corpo é a parte mais observável e material do EU, envolvendo a parte física que garante a existência do sujeito como corpo, e os órgãos dos sentidos que influenciam nas percepções. O sujeito é uma unidade, por isso não podemos pensar nele apenas num aspecto e sim, ele integrado, consciente de si, com um corpo, suas emoções e ações.
Tais aspectos ficam claros neste trabalho prático com a argila pela possibilidade de visualizar pelo concreto e pela tridimensionalidade das esculturas, a imagem corporal do sujeito num primeiro momento, diminuida e depositada na imagem representativa de um “outro” e que será trabalhado para o resgate e a reintegração de sua imagem corporal na reconstrução de seu EU. Pois como afirma ERTHAL (1990, p.59): “a noção do corpo é essencial para consolidação da identidade”.
O método possibilita ao paciente a visualização e integração de suas potencialidades, reconstrução de seu Eu, conhecimento de aspectos de sua pessoa até então não conscientes ou ainda não elaborados e depositados em uma outra pessoa, como um espelhamento nas imagens humanas em argila, da mesma forma que a criança perante o espelho irá fazer a integração corporal da identidade. É pelo autoconhecimento do sujeito que surge a possibilidade de construir um Eu integrado e fortalecido, pois como afirma OAKLANDER (1980, p.312) “a consciência corporal é básica para um sentido forte do Eu”, como também para um aumento da auto-estima. ROMERO (1997) acrescenta que a aceitação que temos de nós mesmos, incluindo o corpo, está diretamente proporcional à visão que temos do mundo, como realizamos nossas ações durante a vida, conforme o nosso estado de espírito.
Outros resultados foram percebidos na aplicação do método, como a facilitação da expressão verbal, abrindo uma nova perspectiva no diálogo, avaliação e condução terapêutica. Possibilita uma prática imbuída de princípio de realidade, onde a memória é preservada pelas esculturas tridimensionais.
A possibilidade de arriscar, vivenciando o método, conduz o sujeito a confiar mais em si, reconhecer e aceitar-se. E é no respaldo e na aceitação do terapeuta pelos pequenos movimentos de realizar algo em argila que o sujeito vai tornando-se mais confiante e permitindo-se novos aprendizados. Desta forma, proporciona a diferenciação e afirmação da individualidade do sujeito pelas criações e visualizações em argila, sendo uma oportunidade de reavaliar e reconstruir uma imagem mais integrada de si.
Portanto, o trabalho com a auto-estima pelo método proporciona o autoconhecimento, auxiliando o sujeito a lidar melhor com suas dificuldades referentes ao seu potencial, valor próprio e capacidades, resignificando as mensagens de inferioridade e os conceitos negativos obtidos em seu desenvolvimento, passando a acreditar e reconhecer o seu valor. Como conseqüência desta experiência integradora, o sujeito revê a criança que foi, seu passado e sua infância, sentindo maior confiança, segurança e serenidade em suas ações. O ponto chave então é levar o indivíduo a aprender, aceitar e gostar de si mesmo, aumentando sua autoconfiança e auto-estima, pois a qualidade de seu interior influencia e transforma o mundo externo.
No trabalho em argila, com o tema da auto-estima, o terapeuta auxilia na modelagem interna do sujeito, levando-o a aceitação de seu EU, daquilo que pode e que realmente é, aprendendo a conhecer-se e respeitar-se enquanto indivíduo. Portanto, o método auxilia os pacientes a expressarem seus conflitos, dúvidas, ansiedades, propiciando a reconstrução de sua auto-imagem e conseqüentemente o aumento de sua auto-estima na medida em que serve de ESPELHO DA AUTO-EXPRESSÃO.
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Curso: Argila: Espelho da Auto-expressão
(Certificado de registro pela Fundação Biblioteca Nacional, Ministério da Cultura,
nos Escritórios de Direitos Autorais do Rio de Janeiro,
sob número: 135.988 Livro:216 Folha:458 e 275.134 Livro:495 Folha:294)
O ser humano se destaca neste universo pelo seu dinamismo. É de sua essência defrontar-se, no cotidiano, com situações divergentes a lhe exigir soluções. Diante disto, onde o homem deve buscar as soluções para os problemas que o afligem?
Pode-se dizer que múltiplas e diversificadas são as fontes, cada uma procurando dar solução de acordo com a necessidade física, espiritual, mental ou emocional do sujeito.
A medida que sua estrutura psicológica não consegue suportar tais demandas, fica susceptível ao sofrimento mental, dentre outros: angústias, ansiedades, desconfortos, agitação.
Desde que sejam esses os sintomas decorrentes dos problemas que o afligem, pode ele como medida alternativa buscar na Psicologia, alívio para tais conflitos.
A Psicologia é o estudo científico do funcionamento da vida psíquica do ser humano, e tem por objetivo através da psicoterapia – tratamento que emprega métodos psicológicos – aliviar o desconforto inicial do paciente e melhorar seu funcionamento subseqüente.
Existem vários métodos com pressupostos teóricos diferentes, porém todos eles visam o mesmo fim: obter o bem estar daquele que sofre. Cada método utiliza-se de recursos, técnicas, para conseguir com o indivíduo, os melhores resultados.
A argila, é uma das técnicas que os terapeutas vêm utilizando há anos. Dada sua flexibilidade e maleabilidade é empregada nas terapias com o objetivo de facilitar o rompimento da armadura protetora que impede os indivíduos de se aproximarem de seus sentimentos, bem como na busca de soluções do que se almeja.
Por ser a argila símbolo de nascimento, de vida e de morte, característica que a leva a superar qualquer material modelável, facilita a espontâneidade e a verbalização dos sujeitos. Pelo contato e pressão da mão, ela se modela, de maneira reversível ao toque de quem a manipula, pelo rápido desencadear de uma resposta emotiva, que ficará registrada na escultura, como o resultado e a representação de toda uma vivência.
Apesar da aplicação da técnica de argila ser antiga, aparece hoje conjugando um método totalmente revolucionário e renovador, que auxilia o profissional a atingir de forma mais rápida os conflitos dos sujeitos e, por via de conseqüência, alivia-os das ansiedades, que tanto os afligem.
A Psicóloga MARIA DA GLÓRIA CRACCO BOZZA LY, sempre preocupada em buscar maneiras de auxiliar os indivíduos com suas problemáticas, e pensando se poderia existir outra forma além das já existentes, que facilitaria a expressão e compreensão dos mesmos, passa a utilizar-se da modelagem em argila desde meados de 1982.
A aplicação constante deste recurso, no qual o sujeito em contato com a argila pode extravasar seus sentimentos, percepções e ansiedades, possibilitando formar imagens, esculturas representativas de seu processo de aprendizagem e que, tem um sentido à medida que ele puder falar a respeito de sua produção com esse material, passou então a instrumentalizar o método “ARGILA: ESPELHO DA AUTO-EXPRESSÃO”SUX.
Portanto, dar forma à argila, elaborando esculturas representativas, simbólicas do conflito emergente é a tônica do método “Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX, o que o diferencia da técnica tradicional da sua aplicação.
Através das criações em argila, o profissional passa a explorar de forma concreta as problemáticas dos indivíduos, que representam a manifestação dos pensamentos, sentimentos, conflitos, ansiedades, questionamentos, baixa estima dos mesmos. Esta auto-expressão das dificuldades iminentes favorece o seu auxílio emergente, tanto no processo de avaliação como no terapêutico..
Pode-se afirmar que a técnica não é nova, mas o método é revolucionário.
Sua aplicabilidade não se restringe a nenhuma abordagem teórica e ou a área clínica, podendo ser empregada também na área escolar, hospitalar, organizacional, nos trabalhos de recrutamento, seleção e treinamento.
1- MÉTODO OU TÉCNICA?
JAPIASSU E MARCONDE (Dicionário Básico de filosofia, RJ, Zahar,1990, p. 166), definem método como: “… o conjunto de procedimentos racionais baseadas em regras que visam atingir um objetivo determinado”. Poder-se-ía então fazer a seguinte consideração que a utilização de diferentes recursos, sejam eles artísticos ou não, dentro do processo psicoterápico, que apresentem passos e procedimentos que se destinem à investigação da verdade, seria um método. No entanto, tais recursos utilizados no desempenho desta atividade prática e segundo os mesmos autores, seria a técnica, ou seja, o lado prático, material da arte ou ciência.
Segundo a definição proposta, a argila enquanto recurso material, é uma técnica, não sendo de exclusividade do trabalho do psicólogo. Várias outras disciplinas trabalham com esse material, entre elas a Terapia Ocupacional, a Fisioterapia, a Fonoaudiologia e a Psicopedagogia, variando somente na forma e nos objetivos a que se destinam.
No momento que se faz uso dessa técnica, segundo diferentes procedimentos para atingir uma determinada meta, ela vai além dessa mera designação, podendo participar do contexto metodológico pertinente e se tornar um método.
Portanto a forma de utilizar a argila, constituindo um conjunto de passos e regras que são propostos e utilizados para alcançar um objetivo, pode ser designada como um método, o da “ARGILA: ESPELHO DA AUTO-EXPRESSÃO”SUX. O qual pode ser utilizado pelos profissionais, independente da formação teórica, pois o maior objetivo é ser mais um instrumento prático de auxílio na tentativa de poder ajudar aqueles que sofrem e buscam alívio para suas questões. Lembrando que os profissionais de diferentes áreas farão o uso do método segundo o aporte teórico, o objetivo e a forma diferenciada de avaliação e intervenção que cada área propõem.
2 – MATERIAL E MÉTODO
2.1 – MATERIAL
A execução do método “Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX é acessível e de muita simplicidade, apesar de seu grandioso alcance terapêutico.
São os seguintes os materiais para a aplicação dos procedimentos:
a) Argila:
Espécie de barro, usado na fabricação de tijolos e cerâmica.
De preço acessível.
Pode ser adquirida em olarias ou lojas de cerâmicas em pacotes de 01 (um) Kg a cilindros de 5 (cinco) Kg.
Para conservá-la basta ser condicionada em recipientes fechados.
Tintas e Pincéis:
Após as peças esculpidas em argila sofrerem a secagem, utiliza-se tinta guachê com as cores básicas, mais o branco e o preto, na sua pintura. Pode-se optar por outras tonalidades, inclusive o dourado e o prateado.
Recipiente com água para a limpeza dos pincéis, os quais variam quanto à espessura das cerdas, sendo conveniente oferecer dos mais finos até os mais grossos.
Cola:
Cola branca para aderir as partes que quebraram ou descolaram das peças confeccionadas.
b) Manipulação e Limpeza:
Dependendo do local de trabalho do profissional, tal atividade poderá ser desenvolvida em mesa, prancheta ou até no chão forrado com plástico.
Para a limpeza das mãos basta um pouco de água para a retirada do excedente de argila que ficou nelas aderido e que, muitas vezes, de tanto ser manuseada seca, restando apenas uma leve poeira. Da mesma forma, para a limpeza dos pincéis, basta água corrente. O local onde processou-se o trabalho é limpo com um pano embebido em água.
c) Instrumentos:
Qualquer objeto capaz de auxiliar na elaboração da escultura, tais como clips, palito de dente ou fósforo, barbante, papel, régua, água, etc…
2.2 – MÉTODO
a) População:
Pode ser aplicado nas diferentes áreas, clínica, escolar e organizacional, em sujeitos com as mais variadas problemáticas (emocional, comportamental, motora, somática, aprendizagem), em sessões individual, casal, familiar ou grupo, para qualquer faixa etária. A única exceção é no caso de crianças menores, as quais não possuam ainda a consciência de que tal material não é para ser colocado na boca ou ingerido.
b) Objetivos:
Auxilia no processo de avaliação e de tratamento.
Tem como meta servir de facilitador para o sujeito que apresenta dificuldades em falar de suas demandas, de suas questões terapêuticas. Facilita então a expressão verbal, quando num primeiro momento o sujeito, a partir desse material concreto, através de uma escultura, comunica seus pensamentos e sentimentos conflitivos. Uma vez realizada a imagem metafórica de seus conflitos, facilitará a seu autor deles falar. Ao servir de elemento intermediário na relação sujeito-terapeuta, abre uma nova perspectiva no diálogo terapêutico, sendo mais fácil para o sujeito falar da escultura construída do que, muitas vezes, falar para o outro sujeito da relação de ajuda. Portanto, leva a um maior entendimento entre terapeuta e paciente, pois não necessitam fazer um esforço maior para serem compreendidos um pelo outro.
Auxilia o terapeuta nas suas construções e hipóteses, relacionando a modelagem em argila, que foi elaborada conscientemente pelo sujeito, com seus conteúdos internos à medida que dela falar.
Estimula o movimento de mudança do sujeito, levando-o a um maior auto-conhecimento e, conseqüentemente, “argilizando” o processo de aprendizagem.
Por ser uma atividade prática e imbuída de princípio de realidade, favorece ao sujeito o entendimento de seu padrão de funcionamento, ali registrado concretamente pela maneira como construiu a escultura de sua autoria, auxiliando na manifestação de sua imaginação e de seu discurso.
Portanto, revela a autenticidade do ser do sujeito, que sendo o autor de sua criação é difícil negá-la, porém não pode esconder-se frente ao reflexo de sua imagem num espelho, espelho este chamado modelagem em argila. A escultura em argila resumiria os conteúdos do sujeito, e mesmo que venha o esquecimento decorrente do tempo entre as sessões, estará na estante para ser novamente visualizada. Assim, a modelagem em argila não sofre o desgaste do tempo e da memória.
Proporciona a diferenciação e a afirmação da individualidade do sujeito, pois a criação é sua e de mais ninguém. Mesmo que tente copiá-la de alguma escultura pré elaborada por outro sujeito, não será realizada com a fidedignidade de um xerox, pois apresentará particularidades suas que ficarão mais evidenciadas ao pintá-la.
A possibilidade de vivenciar tal processo conduz o sujeito a confiar mais em si mesmo e a valorizar seus produtos, uma vez que experiencia seu potencial ao realizar algo em argila, nem que seja algo disforme, o principal é que arriscou e alguma coisa realizou.
Conduz ao descarregamento da tensão interna, levando a uma sensação de alívio.Permite ao sujeito, enquanto manipula a argila, um momento de relaxamento e prazer, pois estará realizando algo que representa seus desejos ao consolidar de maneira real e concreta sua imaginação, que, no entanto, será permeada pelo princípio da realidade.
c) Vantagens :
- Prático
- Econômico
- Eficiente
- Fácil execução
- Manuseio simples
- Não esgota
- Fácil entendimento – idades diferentes
- Facilita o trabalho de avaliação e terapêutico
- Tridimensional, quantidade maior de dados a serem percebidos
- Permite a retomada de conteúdos
- Não perde-se com o tempo, está sempre presente
- Metáfora trazida do seu conhecimento
- Imagem metafórica dos pensamentos, sentimentos e ansiedades
- Confirma a avaliação e é dinâmico
- Cunho pessoal
- Mesma escultura representa o problema e após a resolução das problemáticas
3 – FORMAS DE APLICAÇÃO DO MÉTODO
Os sujeitos que se submetem ao método “Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX podem fazê-lo de três maneiras:
- a) Tema livre;
- b) Tema escolhido pelo sujeito através de esculturas previamente confeccionadas;
- c) Esculturas escolhida pelo profissional como tema.
As três formas são independentes uma das outras, como também não seguem uma ordem pré-determinada para sua aplicação, dependendo do momento aquela que melhor se adaptar será utilizada.
A aplicação de qualquer das formas poderá ser realizada quando o terapeuta tiver claro seu objetivo na aplicação, o objetivo do sujeito, história de vida, sua dinâmica e após estabelecida a confiança na relação de ajuda. Após o terapeuta identificar estes itens, o método terá início com o convite para elaborar alguma escultura em argila, sendo observado tudo o que o sujeito falar ou realizar, fornecendo com certeza mais dados de sua dinâmica, seu padrão funcional e relacional.
“Argila:Espelho da Auto-Expressão”SUX, por ser um método evolutivo que desencadeia muito dinamismo, tem ainda muito a ser desvendado.
3.1. TEMA LIVRE:
Esta foi a primeira forma de aplicação do método, da qual originou-se as outras duas. O terapeuta, sentindo ser a ocasião própria para aplicá-lo, sugere ao cliente o trabalho com a argila. Com isso, o profissional cria a oportunidade para elaboração da escultura, que evidenciará o tema do momento ou representará algum elemento significativo que tiver surgido em sessões anteriores.
A escultura que o cliente vier a produzir naquela sessão, será útil, desde que o profissional esteja sensível ao caso do cliente podendo conjugá-la segundo a sua história. O significado maior será dado pelo próprio paciente, segundo aquilo que ele venha a falar da imagem, pois este é um recurso altamente pessoal.
Como exemplo dessa forma de atuação, cita-se o caso de uma família, nas qual a mãe superprotegia os filhos. O tema abordado era SUPERPROTEÇÃO. Na sessão terapêutica foram reproduzidas, em argila, as seguintes figuras: um ovo sendo chocado; pintinhos de vários tamanhos, uns saudáveis, outros esmagados; uma PATA CHOCA, que era côncava em sua parte inferior e na qual poderiam ser guardadas as outras figuras em tamanho bem menor.
Ao elaborar-se tais figuras, objetivou-se ressaltar o papel que a cliente mãe desempenhava: PATA CHOCA. Não se usou a imagem da “galinha”, uma vez que era primordial demonstrar-lhe que, se por um lado o proteger é bom, gostoso e quentinho, por outro, impede que os filhos cresçam, além do agravante de que ela própria era uma PATA no sentido amplo da palavra, pois não investia e não fazia nada em prol de sua própria vida.
A mãe em questão realizou a escultura de uma cesta com frutas, dizendo posteriormente que é como ela se sentia, sempre suprindo as necessidades dos outros, e principalmente a dos filhos. O pai fez a imagem de uma casa, que, segundo sua visão, vive trabalhando para dar condições de segurança à família. O filho mais velho não conseguiu efetivar nenhuma imagem, revelando o quanto era exigente consigo mesmo, crítico e inseguro. Esboçou em alguns momentos o desejo que a mãe fizesse por ele. O filho caçula tentou agradar a mãe elaborando algo que fosse do seu desejo.
Portanto, a proteção exagerada é agradável por um lado, mas gera insegurança e menos valia por parte dos filhos. Por meio das imagens realizadas na sessão e segundo o que eles falaram a respeito do significado próprio que lhes conferiam, foi possível materializar o conflito existente nessa família e quão prejudicial estava sendo para os filhos em questão, apesar da boa intenção por parte dos pais.
3.2. TEMA ESCOLHIDO PELO CLIENTE ATRAVÉS DE ESCULTURAS PREVIAMENTE CONFECCIONADAS:
O terapeuta pode ter em sua sala em lugar visível e sugestivo, um conjunto de diferentes esculturas, que poderá coletar por meio de trabalhos realizados por ele e seus clientes em sessões em que aplicou o método na forma de tema livre.
O “Display” de esculturas normalmente aguça a curiosidade do cliente que, ao observá-lo, fixa o olhar em uma delas. Ao perceber isso, o terapeuta deve procurar saber qual delas despertou a atenção do cliente. A partir daí, passará a usá-la como elemento para favorecer a verbalização e o entendimento das questões que mobilizam energia e sofrimento.
Como caso ilustrativo desta segunda forma de aplicação do método Argila “Espelho da Auto Expressão”SUX, narra-se o de um cliente adulto que, ao observar a exposição de esculturas, escolheu a de dois bonecos, vinculados entre si por um barbante amarrado em suas cinturas.
O terapeuta iniciou então, o questionamento, solicitando ao paciente que relatasse as lembranças e sensações que a imagem escolhida lhe proporcionava. Disse ele que a imagem lembrava a total dependência afetiva que mantinha com seus pais, o que o impedia de tomar decisões, sempre necessitando, para tanto, do aval deles. Nutria, também, a fantasia de que se rompesse este liame, representado pelo cordão, poderia ser rejeitado por seus genitores.
Constatou-se, ainda, ao se aplicar o método dessa forma, que a escultura é percebida de acordo com o prisma de cada indivíduo, ou seja, segundo sua significação interior: numa terapia familiar, aquela mesma imagem foi escolhida pela paciente adolescente para enfocar sua relação de dependência com a mãe e o conflito que sentia em crescer e ser independente. Paralelamente a isto, simbolizava, para a mãe, a dificuldade que sentia em aceitar o crescimento da filha.
Uma vez concretizado o tema numa imagem, o terapeuta refletirá com o paciente o significado que ela imprime. Para exemplificar, no caso em apreço, correlacionou-se que por estarem elas — mãe e filha — tão ligadas poderia ter o lado bom da proteção, cuidados e controle, mas em contrapartida era negativo porque bloqueava a independência, impedindo de usufruírem aquilo que a vida oferece.
Depois de questionados e refletidos os significados da escultura, se o terapeuta perceber nos pacientes um menor grau de ansiedade para vivenciarem uma nova atitude de vida, aceitando a ruptura do elo de dependência, pode sugerir que simulem uma atividade concreta. Nos dois casos relatados, para realizá-la poderia ser fornecido, aos interessados, uma tesoura para que cortassem o barbante. Vencida esta etapa, deverão ser trabalhados os sentimentos, os medos, as fantasias que esta atitude pode desencadear. Vê-se que, pelo dinamismo que o método imprime, a mesma escultura é usada, num momento inicial para demonstrar a problemática, e no seguimento, pode servir para representar uma conseqüência do ato inicial, ou sua resolução.
Esse mecanismo de mobilidade das esculturas poderá ser aplicado sempre que o caso concreto exigir. A título exemplificativo menciona-se a seguinte escultura:
a) Saco sem fundo: Pais que possuem dificuldades em colocar limites nas exigências que os filhos lhes fazem. Satisfazem a todos os seus pedidos, mas eles sempre solicitam mais, como verdadeiros “saco sem fundo”.
b) Saco com fundo: Procura-se visualizar a idéia de que na medida que os pais aprendem a colocar os devidos limites nos filhos, ou seja, cerziram o fundo do saco, ele poderá ficar cheio, e por vias de conseqüência, proporcionarão segurança a seus filhos.
3.3 -ESCULTURA ESCOLHIDA PELO PROFISSIONAL COMO TEMA:
Após terem ocorrido as preliminares necessárias para o conhecimento do caso, o próprio terapeuta pode eleger para o expositor, já mencionado no item 3.2, a escultura que lhe parece refletir concretamente a problemática que o cliente lhe está retratando naquele momento. De posse da imagem, deve-se colocá-la em local que permita ser melhor visualizada pelo cliente.
A escolha da escultura é norteada pelo princípio de que ela deve criar um impacto, ou seja, cristalizar de forma marcante, as situações que emergem naquele momento.
Logo em seguida, o terapeuta dirá ao paciente que verbalize o significado de tal metáfora para o mesmo.
Para exemplificar, narra-se o caso de um adulto que ao confidenciar suas dificuldades em se projetar profissionalmente, sentia-se preso, como se algo o impedisse de realizar suas metas.
Para simbolizar esta situação, o terapeuta escolheu um boneco com um pé fixo em bloco de cimento, comparando-o ao cliente que, apesar de ter todos os instrumentos necessários para se libertar, continuava naquela condição de parcial imobilidade.
Após elucidar ao paciente a metáfora empregada, colocou para ele o que simbolizava, em sua vida, o bloco de cimento, quais eram as causas de seus temores e quais as conseqüências previsíveis se tivesse a coragem de se lançar na realização de seus desejos.
Adveio disso, a seguinte conclusão: tinha ele potencial para corresponder às atribuições que lhe eram exigidas. Ocorre, no entretanto, que todas as oportunidades que lhe acenaram foram podadas por seus pais, que só sabiam criticá-lo, criando nele um sentimento de impotência, reforçado pelo fato de serem eles os únicos que tomavam decisões sobre sua vida.
O profissional, ao eleger a imagem que representa concretamente o conflito, está ajudando a “argilizar” o processo terapêutico. A conduta de se “argilizar” a resolução, não desrespeita o paciente, nem seu tempo ou seu momento. Colabora para que, com maior rapidez, o sofrimento seja amenizado, principalmente porque o ritmo que a vida imprime exige mudanças imediatas.
É oportuno ressaltar que, se o paciente não estiver predisposto a aceitar as mudanças pretendidas, por apresentar-se resistente a elas, inexistirão pistas à viabilizar a aplicação do método. Nele, a escolha da imagem não é feita aleatoriamente, mas com sensatez, percepção, observação e respeito.
4 – CONCLUSÃO:
Os terapeutas têm em comum, como meta a ser atingida, promover o alívio dos sofrimentos daqueles que buscam ajuda.
Para tanto, trilham caminhos, seguem linhas, aplicam métodos e técnicas diferentes que receberão um cunho próprio em função das características pessoais e dos objetivos específicos de seu aplicador.
Isto, também, se reflete no método da “Argila: “Espelho da Auto Expressão”SUX. Nele não existem normas dogmáticas, o mecanismo está em o profissional permanecer atento e abstrair os indícios dados pelo cliente, que somados à espontaneidade e criatividade que o terapeuta lhe puder imprimir, fará com que, por meio da escultura, o paciente reflita seus questionamentos.
Enfim, o método da argila é de fácil aprendizado e aplicação. Tem como objetivo principal auxiliar aos pacientes a expressarem seus sofrimentos e ansiedades, “argilizando” o processo de aprendizagem e mudança na medida que ele serve de“ESPELHO DA AUTO- EXPRESSÃO”SUX.
É importante porém, que o terapeuta, antes de iniciar o trabalho dentro desse método, aprofunde-se na literatura pertinente à teoria e ao método propriamente dito, para não correr o risco de não saber o que fazer com o resultado do trabalho.
Pela freqüência cada vez maior da aplicação do método “Argila: Espelho da Auto-Expressão”SUX no processo de auto-conhecimento e de ajuda, novidades foram surgindo a cada momento e veio a necessidade de trocar com outros profissionais tais descobertas e novas formas de atuar, as quais facilitam o trabalho dos terapeutas da área da saúde.
A propósito foi publicado artigos em revistas tais como: “Tuiuti: Ciência e Cultura” (Curitiba), “Arte-Terapia: Reflexões” (São Paulo) e a “Contato” CRP (Curitiba,) os quais abordam sobre o método e as três possíveis formas de aplicá-lo.
Foi também montado um curso com base nele e ministrado desde 1995, com a finalidade de promover o ensino de sua aplicação. O curso já está sendo ministrado nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Belo Horizonte, Goiânia, com perspectivas para as demais regiões do Brasil.
Posteriormente, foi efetivada a criação de um “KIT” para facilitar a aplicação do método; ele recebeu o nome de “Kit-01”. As esculturas que o compõem representam apenas uma amostra e se baseiam nos temas surgidos durante sua aplicação. Por uma questão prática, não foi possível compor esse conjunto de um número maior de imagens, o que demonstra não se terem elas esgotado aqui, nem significa o seu término; daí o porquê de ter sido o “kit” classificado numericamente, pois foi lançado os “kit-02 e 03”, este último específico para o trabalho da AUTO-ESTIMA, no Encontro Nacional dos Argilinos em Curitiba-PR, em 17 de agosto de 2002. Em 26 de julho de 2006 foi lançado o Kit-04 sobre a temática da Criança Interior no Congresso Nacional de Terapia Familiar em São Paulo.
Na seqüência de 2002, para melhor aplicação do trabalho da auto-estima segundo o método, surge o curso II ao qual vários argilinos já aprovaram sua validade, tanto em aprendizagem como de grande valia em suas práticas profissionais. E em 2005, dando continuidade ao criar “Argilino” a autora passa a ministrar o curso “Um recurso terapêutico: ACOLHENDO A CRIANÇA INTERIOR”, literatura não recente porém a forma de aplicá-la segundo o método em questão é que o faz de grande extensão, profundidade e “argilização” para o entendimento e a mudança das questões de sofrimento, de forma lúdica, resgatando pelas próprias potencialidades do sujeito suas fragilizações e necessidades afetivas.