Cumplicidade no Olhar: O início

Cumplicidade no Olhar: O início

Texto de Mariane Manske Oechsler

Já faz algum tempo que te tomei em meus braços pela primeira vez e que te entregaste a mim. Já faz algum tempo em que selamos nosso acordo de amor. Tempo este que não apaga, nem desgasta nossa relação, ao contrário, amadurece ainda mais com o tic-tac do tempo e do espaço.

Iniciou assim com um olhar perdido ao encontro d’outro olhar. Troca esta envolta em uma química inexplicável. O que estava solto, se firma num desejo incontido de querer mais e mais. Imprime o início de uma nova relação. Sensação de conforto, acolhimento e muito amor. Uma relação permeada de confiança, numa troca nutrida pelo vínculo do carinho.

Mãe de primeira viagem apropria-se da essência de ser MÃE neste momento mágico de troca de olhares. Foi assim comigo. Mas também na reprise de ser mãe, tomar o neném aos braços, de tal modo é único, e novamente a magia se faz presente. Mãe em todas as formas de ser MÃE. Mãe de sangue, mãe de adoção, mãe por opção, mãe-avó, mãe de susto, mãe planejada… E tantas outras mães…

Em um acordo entre mãe e filho(a), aquela que assume seu “papel de ser mãe”, apropria-se de tal forma dessa essência, que títulos ou nomenclaturas jamais poderão diminuí-las, são MÃES e ponto final. Num instante inigualável a qualquer outro momento, instante em que dois seres se abstêm do mundo ao redor e vivem como se a completude estivesse sido alcançada nesse momento.

Quando toma a criança em seus braços para alimentá-la quer seja no peito ou por outro meio, está alimentando muito mais do que o corpo físico, nutre-a por inteiro. Talvez não percebam, mas este momento é de suma importância para a criança. Pois o toque, o calor do contato no corpo alimenta também a confiança.

Confiança no OUTRO e confiança em SI MESMA.A criança começa a perceber-se como um ser. A mãe começa a perceber-se como outro ser. Aos poucos percebem-se que não são um só e acontece a primeira frustração geracional. Processo necessário para a formação de uma relação de troca. Doído sim, mas, quem disse que viver não dói? O importante, é que nesta dor, haverá a confiança estabelecida pela proximidade vincada no relacionamento pessoal. E em seu papel de mãe, haverá de vislumbrar um futuro de possibilidades para este minúsculo ser, por ora frágil em seus braços.

Há muito a que refletir sobre a importância desse primeiro contato. Há muito sobre o que falar e amadurecer nesta viagem sem fim de gerar e gestar. De tal forma como o primeiro olhar, o primeiro contato entre mãe e filho(a) é importante na estrutura desta relação, almejo selar aqui com os leitores um vínculo firmado em confiança e compromisso, nutrido com muito carinho.

Que nossos olhares se cruzem numa demanda dupla de crescimento, ora no papel de mãe ora no de filho (a), marcando o início de uma nova relação.

Texto elaborado por Mariane Manske-Oechsler

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Por: mariane