E foi assim que começou…
Brigadeiros estilizados em formato de morango, bichinhos. Deram espaço para peças em biscuit, argila, modelagem em sabonete. Pintura em tela, em madeira, nas paredes e em móveis. Do mosaico tradicional ao falso mosaico, passando pelo mosaico em vidro, papel e casca de ovo. Aventuras na vela, descobertas na fotografia. E a escrita emoldurando significativamente as emoções e sentimentos soltos. Atualmente é o cultivo das flores e plantas que fazem meus olhos brilhar…
Foi em meio a conflitos internos, que eu encontrei no artesanato um meio de auto regulação emocional. Senti a sensação agradável da descoberta seguida pela superação de desafios. Naveguei neste mundo da imaginação, quase que em paralelo da vida que eu vivia. Na época não fazia ideia do que estava acontecendo, hoje, afirmo o quão terapêutico foi. Foi uma descoberta solo, e por isso, lenta e conflituosa internamente.
Por muitas vezes, eu sentia um impulso para criar algo, no mesmo instante em que me bloqueava. Apagava a energia criativa com os introjetos de falsas crenças ou com a rotina metódica da qual eu mesma havia imposto. Desta forma, lentamente minha identidade ia se apagando. Um sentimento confuso se fazia presente, e eu não conseguia compreender o que estava acontecendo comigo.
Anos mais tarde, respeitei meu desejo de compreender mais o comportamento humano, e ingressei na faculdade de Psicologia. O artesanato, ficou em segundo plano, mas não esquecido. Tecnicamente falando, o artesanato serviu de fundo solido que sustenta uma figura, tendo a Psicologia como elemento em destaque.
Depois de formada, ainda levou um tempo para que eu permitisse o casamento destas duas áreas da minha vida: a profissão e meu hobby. A Psicologia e o artesanato. Hoje posso perceber quanto o aprendizado do artesanato me permite acessar os conteúdos da ciência da Psicologia, e inversamente proporcional, a Psicologia me permite acessar os conteúdos que emanam do potencial criativo que a atividade artesanal apresenta.
Esse é apenas o começo de uma linda história que por aqui se desenvolve…
Mariane Manske Oechlser
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