Educação como fator de produtividade e competitividade
Texto de José Pastore –
A velocidade das mudanças
Vivemos em uma era em que a história corre muito depressa. Já houve outros tempos assim. Lembro a entrada dos teares tocados à máquina a vapor inventada por James Watt em 1763 e o lançamento do motor elétrico por Werner Von Siemens em 1886. Cada vez que a história dá uma arrancada dessas, novas competências são demandadas. É o que está acontecendo nos dias atuais. As novas tecnologias estão entrando no mundo do trabalho a uma velocidade irreconhecível, abrindo inúmeras oportunidades para os trabalhadores e colocando enormes desafios para o sistema educacional. Este é demandado a inovar e se ajustar a um ritmo que não é próprio da lenta cadência educacional. O descompasso tem sido grande. A maioria das escolas prepara os alunos para atender as necessidades de antigamente. O mundo do trabalho mudou e a escola não mudou. Os métodos de ensino não mudaram. Os professores não mudaram. Há exceções, é claro.
As principais mudanças no trabalho
Com as novas técnicas de produzir, vender e prestar serviços, as atividades humanas foram enormemente fragmentadas. Nos dias de hoje, é raro o bem que seja produzido por uma só empresa. Vejam o caso de um simples tênis. Quem faz a sola, não faz o tope. Quem faz os cordões, não faz os ilhoses. E assim por diante. Cada empresa se especializa em uma atividade. Ao longo do processo, as várias partes se encontram e formam o produto final. É a produção em rede ou em cadeia produtiva. Nas cadeias produtivas tudo tem de ser feito a tempo e à hora e com qualidade para atrair os olhos e o bolso dos consumidores. Inovação e produtividade são essenciais tanto do lado das empresas como dos trabalhadores.
Atualmente, quem compete não são as empresas e sim as redes de produção. Vence a mais eficiente. Morre a ineficiente. A concorrência é feroz. Para trabalhar com eficiência, redução de insumos, bom design e preço convidativos, a qualificação dos trabalhadores passou a ser um fator estratégico. Em que direção os modos de trabalhar mudaram? As novas tecnologias abriram o mundo para o trabalho realizado em grupos presenciais ou virtuais. Alguns operam nas mesmas empresas; outros em empresas diferentes e até países distintos. O trabalho foi globalizado. O trabalho moderno demanda grande versatilidade. Para resolver os imprevistos e as dificuldades de rotina, os trabalhadores precisam dispor de bons conhecimentos básicos, além de domínio das especificidades de sua profissão. Isso é fundamental para as empresas produzirem com produtividade e competirem com sucesso nos mercados atuais.
Os desafios para o ensino
Para as escolas, as exigências do avanço tecnológico, da escalada da globalização, dos novos métodos de trabalhar e da galopante concorrência impõem uma corrida em relação a um ponto móvel. Quanto se chega a ele, descobre-se que o concorrente já o ultrapassou e está mais longe. Esse é o mundo da competição. Todos inovam diariamente para poder conquistar os consumidores. Vence quem dispõe de quadros capazes de produzir mais, diversificar produtos, atender desejos, ganhar mercado, acumular lucros, aumentar investimentos e inovar. O grande diferencial das empresas nos dias atuais está na versatilidade dos seus trabalhadores. Sim porque as máquinas e os equipamentos se tornaram baratos, acessíveis e “inteligentes”. As empresas estão cada vez mais parecidas na sua tecnologia. O que as distingue, são os talentos que operam as maquinas e os equipamentos. No agregado, a modernização tecnológica eleva a demanda por profissionais bem preparados. No Brasil, isso pode ser evidenciado pela redução (em termos proporcionais) da participação dos trabalhadores de menos instrução no mercado de trabalho e pelo aumento dos mais escolarizados. Isso também ajuda a elevar o rendimento dos trabalhadores. Ao analisar os dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicilio de 2012 (PNAD), o IPEA constatou que o aumento da escolaridade foi o principal fator de expansão da renda do trabalho. As empresas valorizam a educação em geral e, em especial, a profissional. Na média, os trabalhadores que concluem um curso técnico, têm um salário médio que é 13% superior aos dos que concluem apenas o curso médio convencional. A sua empregabilidade é 40% maior. Quando se introduz a dimensão qualitativa, os ganhos ficam ainda mais claros. O bom profissional esta sempre acima da média de seu grupo tanto no nível de renda quanto à empregabilidade.
O novo modo de trabalho
Para se chegar a altos níveis de produtividade, o mundo do trabalho está em busca de profissionais que tenham, sobretudo, uma boa capacidade de pensar. Parece simples chegar a isso. A caminhada no Brasil, porém, apresenta inúmeras dificuldades. Poucas são as escolas que ensinam os alunos a raciocinar, analisar, avaliar e comunicar adequadamente – habilidades mentais que são essenciais para as pessoas produzirem com eficiência, progredirem na carreira e contribuírem para o desenvolvimento do país. Com raras exceções, as nossas escolas se limitam a ensinar a somar, subtrair, multiplicar e dividir, mas, raramente transmitem aos alunos o significado dos números. Há estudantes que depois de onze anos de escola, não conseguem interpretar uma estatística. Muitos não entendem a mensagem dos gráficos que saem nos jornais diários. Na pratica, estão fora do mundo. Estão fora do mundo também os que não conseguem fazer conexões entre os fatos que estudam nas ciências sociais e mesmo nas ciências naturais. A capacidade de analisar e intuir, entretanto, é essencial para se chegar a idéias novas. Ninguém alcança o futuro sem uma interpretação razoável do presente e do passado.
Repetindo: as empresas dos dias atuais estão em busca de quem sabe pensar. Uma das maneiras de se saber se a pessoa pensa adequadamente é verificar se é capaz de fazer perguntas inteligentes. Os empresários mais lúcidos sabem que só se chega a uma boa resposta a partir de uma boa pergunta. Essa é a riqueza do método de Sócrates que ensina fazendo perguntas. Infelizmente, nossas escolas, pouco estimulam os jovens a fazer perguntas. Elas fazem parte do tempo em que a tarefa de inquirir era dos professores. Cabia aos alunos responder o que era perguntado nas provas. Ou seja, a maioria das nossas escolas não foi desenhada para ensinar os alunos a pensar. Isso conspira contra as exigências de destreza, agilidade, versatilidade e flexibilidade que são requeridas para o trabalho produtivo.
Muitos professores alegam não ter tempo para lidar com a curiosidade dos jovens e muito menos com pensamentos abstratos. Em geral, acham que as empresas só querem conhecimentos específicos sobre questões práticas, pouco se importando com o mundo das abstrações. Ledo engano. A capacidade de abstrair é fundamental para se chegar à versatilidade no trabalho. Os recrutadores atualizados sabem que grande parte dos aspectos práticos das profissões são ensinados na própria empresa que, no entanto, não tem condições de ensinar a pensar. Conversando cm empresários modernos ouço deles o seguinte: “Conheço as pessoas muito mais pelas perguntas que fazem do que pelas respostas que oferecem”. Como conhecer as novas exigências do trabalho? No passado, as empresas tinham uma enorme hierarquia. A administração era de cima para baixo. Os chefes definiam as tarefas que os empregados deviam fazer. Cada um era especializado em uma delas. Hoje as empresas quase não têm hierarquia, São horizontais. São planas. O trabalho é feito em grupo. E dentro de cada grupo, os empregados têm de encontrar a melhor maneira de executar a tarefa. Apesar disso, muitos professores continuam achando que os jovens vão encontrar um trabalho no qual tudo está definido nos seus detalhes. É outro engano. A empresa de hoje dá as linhas gerais. O resto fica por conta dos trabalhadores resolverem, criando e inventando. Junto com o grupo, eles têm de chegar a soluções novas e produtivas. Daí a importância de saber pensar. Por isso, os recrutadores modernos estão de olho na curiosidade dos candidatos, na sua capacidade de perguntar e de resolver problemas. Eles não gostam de pessoas que aceitam as coisas como elas aparentam ser. Buscam quem as questiona porque é isso que avança a compreensão dos fatos. Esse é o caminho para se alcançar altos níveis de produtividade. Nos dias de hoje, as soluções não são mais prescritas. Ninguém está na empresa para dizer exatamente o que deve ser feito. Os empregados precisam ter discernimento e pensar criticamente.
Exigências do ensino
Para atender as necessidades do mundo moderno já não basta ser adestrado. É preciso ser bem educado. A educação é que permite a aprendizagem contínua. Para as escolas, não basta treinar os jovens para passar nos exames. Elas precisam preparar o estudante para apreender a lidar com o processo investigativo que, por meio das perguntas, chega à resposta. Além disso, há que se trabalhar também a inteligência emocional porque no mundo do trabalho os jovens terão de interagir e criar com outras pessoas. É por esse caminho que surgem as novas e boas idéias. Em um mundo de enorme competição, o progresso já não depende de mudanças incrementais. Depende de saltos. É assim que nossos concorrentes estão agindo. A conquista dos consumidores é feita com base em novidades, utilidades, beleza, preço e funcionalidade. Nessas tarefas, todos têm importante papel – desde o proprietário até o último funcionário na reduzida hierarquia da empresa. A prática do trabalho interdisciplinar é estratégica para se tornar e para se manter competitivo. Tornar-se competitivo é difícil. Manter-se competitivo é ainda mais difícil e depende de ter boas idéias a cada passo, pois assim procedem os competidores. Os professores se queixam da falta de motivação de seus alunos. Tudo indica que o desencanto na escola decorre da abordagem usada pelos professores quando insistem nos métodos do passado. Por exemplo, a exigência de decorar contraria a expectativa dos jovens de hoje. No passado, existiam poucas bibliotecas e só alguns tinham acesso às enciclopédias. Naquele tempo, memorizar era uma necessidade imperiosa. Bill Gates não havia nascido… Hoje, com os recursos da tecnologia da informação, acabou a necessidade de memorizar – a não ser as informações estratégicas. A maioria pode ser pesquisada. E a isto os jovens se entregam com visível vontade. Com um monitor de computador à sua frente, eles fazem muitas perguntas. E, ao receber respostas instantâneas, fazem mais perguntas. Eles são atraídos pela interação, com a máquina e com outras pessoas, e se encantam com a velocidade de resposta nos dois casos. É isso que eles esperam da escola. Por isso, o uso das novas tecnologias da informática e das telecomunicações – com comedimento – tornou-se imprescindível. Os professores que já entraram nesse mundo descobriram que os alunos são curiosos, querem saber tudo instantaneamente e executam muitas atividades ao mesmo tempo. Os que ainda não entraram nesse mundo, não se conformam. Acham que isso está errado. Mas, convenhamos, os jovens são assim mesmo e não vão mudar. Não adianta gritar “pare o mundo porque eu quero descer” porque o mundo não vai parar. Cabe aos professores entrar no imaginário dos jovens, aproveitando a oportunidade para colocar elementos de ordem e de produtividade no uso das ferramentas eletrônicas. Com isso, eles estimulam o gosto pela investigação e pelo pensamento abstrato.
Essa é a realidade. Estamos na era da Geração Internet. Os jovens preferem fazer suas pesquisas na web e não na biblioteca. Bem orientada, essa atividade os prepara também para o trabalho dos grupos virtuais que os espera no mercado de trabalho. Há que se tirar vantagem da alta capacidade de navegar que está presente na maioria dos jovens. A experiência de se informar pela rede mundial de computadores é completamente diferente da sala de aula ou da biblioteca. E isso motiva muito a maioria dos jovens. Cabe aos professores introduzir o conteúdo que fará parte da formação do aluno. Em lugar de negar o uso da web, os professores podem ensinar os jovens a não se perderem dentro dela. Com isso, a escola mantém e eleva a sua motivação para investigar. Os professores atuam nesse caso como facilitadores e não como inibidores do discernimento. Sem isso, a escola se torna maçante e enfadonha – desmotivando o estudante. Mas, é claro, que a Internet tem seus limites e disfunções. As escolas que têm maior sucesso nesse campo usam as modernas tecnologias com muita parcimônia. Esse é o caso das escolas das Finlândia, Coréia do Sul e Polônia – países que avançaram muito na qualidade da educação. A escola brasileira, com raras exceções, não está conseguindo acompanhar as transformações do mundo do trabalho. Nos dias de hoje, impõe-se inocular os alunos com o vírus da curiosidade. O “canudo” deu lugar à capacidade de questionar e responder. Além do domínio do seu ofício, as empresas buscam profissionais que tenham atitudes e comportamentos adequados para o mundo do trabalho. Elas esperam que as escolas transmitam para seus alunos claras noções de zelo, disciplina, organização, limpeza, pontualidade, vontade de apreender e amor pelo bem feito. Tudo isso faz parte do ethos do mundo do trabalho e é tão importante quanto o domínio da profissão.
Componentes da produtividade
Para vencer a concorrência crescente da economia globalizada, é imperioso elevar a produtividade do trabalho. Esta depende de muitos fatores. Mas três deles são muito importantes: a tecnologia existente na empresa, o estilo de administrá-la e a qualificação da sua força de trabalho. Neste último aspecto, a educação de boa qualidade é crucial. O Brasil vai mal nos três fatores, em especial, no campo da educação. A produtividade do trabalho na economia brasileira tem se mantido baixa e estagnada ao longo de muitos anos. Em todos os índices de competitividade, o país se coloca mal devido, principalmente, à baixa produtividade do fator trabalho o que, por sua vez, decorre da má qualidade do ensino no país. A produtividade média do trabalhador americano é de apenas 20% da encontrada no trabalhador americano. Isso tem criado um sério problema no mercado de trabalho brasileiro. Os últimos anos (2006-2012) foram marcados por uma severa escassez de mão de obra. Resultado: os salários e os benefícios aumentaram de forma expressiva e bem acima dos ganhos de produtividade do trabalho. Com isso, o custo unitário do trabalho subiu de forma inusitada, obrigando as empresas a repassá-lo para os preços (alimentando a inflação) ou a retirar recursos do lucro (inibindo os investimentos). São dois problemas econômicos muito sérios e que, no fundo, decorrem da precariedade do nosso sistema educacional e na baixa qualificação da nossa força de trabalho. Isso tem comprometido severamente a competitividade das empresas num mundo em que o custo unitário do trabalho sobe modestamente devido aos robustos avanços da produtividade. Sempre é salutar que os salários e benefícios subam. A Alemanha tem salários altíssimos. Mas a produtividade do trabalho é tão alta que o custo unitário aumenta pouco e as empresas conseguem competir com vantagem no mundo inteiro. Ou seja, o aumento do custo do trabalho é acompanhado por um forte aumento da produtividade. A alta qualidade do ensino naquele país é fundamental, o contrário do que ocorre no Brasil. Se a concorrência é alta nos dias atuais, ela será muito mais alta no futuro próximo. Os nossos concorrentes não estão parados. Todos vêm elevando a produtividade do trabalho de modo expressivo enquanto que a do Brasil continua estagnada. Nos últimos anos, o país caiu da 32ª para a 51ª posição no índice de competitividade num total de 60 países estudados pelo IMD da Suíça. Ao desagregar os componentes da competitividade, a precária qualidade da educação surge como o principal entrave. Quando se fala em melhorar a qualidade da educação surge logo o argumento de que qualidade não casa com quantidade. Não é verdade. A China tem 300 milhões de estudantes e 14 milhões de professores – todos engajados em um programa de atualização de conteúdo e aperfeiçoamento didático, com uma enorme atenção à qualidade e visíveis reflexos na produtividade do trabalho. Com base nisso, os seus produtos vêm conquistando o planeta.
O futuro do crescimento do Brasil
Podemos sustentar uma alta taxa de crescimento nessas condições? Pela natureza da nossa economia – fortemente baseada em agricultura, commodities e construção civil – ainda haverá uma razoável demanda por profissionais menos qualificados. Muitos acreditam que o Brasil tem tempo para crescer antes de melhorar o ensino. Isso é ilusório. Mesmo nos setores de menor sofisticação tecnológica e para as ocupações mais simples, as exigências por competência crescem a cada dia. Assim ocorre na agropecuária, na construção civil, nos pequenos serviços, sem falar nos setores mais sofisticados. A demanda por mais e mais competência é crescente e assim continuará. Vale lembrar que em 2025, uma grande parte dos nossos trabalhadores terá de lidar com técnicas que ainda nem foram criadas. Isso exigirá um grande esforço do sistema educacional como um todo, do ensino fundamental à pós-graduação. A demanda será crescente, sobretudo, por uma sólida educação básica. Isso me leva a deixar um alerta para as escolas profissionais. Muitos pensam que a ênfase maior deva ser na dimensão pratica das profissões. Pelo que vimos até agora, antes da competência profissional especifica, as empresas buscam uma boa capacidade de raciocinar, avaliar e trabalhar com idéias abstratas que, no fundo, são as ferramentas do pensamento humano. Seria um erro desprezar a importância dos conhecimentos que desenvolvem o pensamento critico dos alunos.
Mais um alerta. Além da preparação de jovens para o setor produtivo, o Brasil precisa formar bons cidadãos. Aí também a defasagem é preocupante. O exercício da cidadania só ocorre depois da incorporação adequada do sistema de direitos e deveres. Na Constituição Federal, a palavra direito aparece 76 vezes enquanto que a palavra dever aparece apenas quatro vezes. A palavra produtividade, duas vezes e eficiência uma vez. O que se pode fazer com um país que tem 76 direitos, quatro deveres, duas produtividades e uma eficiência? Poucas são as escolas que transmitem os valores que garantem o equilíbrio entre direitos e deveres. As escolas do SESI e do SENAI são destacadas nesse campo. Vejo nelas o cultivo do verdadeiro ethos do trabalho. Visito tais escolas a mais de 50 anos. Nunca vi entre os seus alunos o desrespeito pelos professores, a depredação das instalações, o descaso pelas ferramentas, o descuido pelos valores morais. Penso que isso vem da interface dessas escolas com as empresas industriais. Nunca vi tampouco uma empresa bem sucedida que suja, descuidada e desleixada com seu equipamento e ferramentas. É dessa interface que surge a continuidade do ethos na formação das gerações. Esta dimensão é tão importante quanto a cognitiva até aqui comentada. Conclusão Em suma, os avanços quantitativos no campo da educação precisam ser urgentemente atendidos por melhorias na qualidade e por inovações nos programas e nos métodos de administrar e transmitir os ensinamentos. Persiste no Brasil um enorme abismo entre o ensino, a aprendizagem e o mundo do trabalho. Apesar de ensino fazer parte do mundo das especulações e o trabalho fazer parte do mundo das coisas concretas, das máquinas, do lucro e do prejuízo, os dois mundos são dependentes entre si. Na vida, a teoria e a prática se misturam e se complementam. Precisamos construir uma ponte robusta entre esses dois mundos, aproximando a escola do trabalho e da cidadania – e vice-versa. Nisso tudo, a capacidade de pensar é crucial. Como o processo educacional é demorado, o Brasil terá de encontrar alguns atalhos. Há sinais alvissareiros. As iniciativas de educação e treinamento das empresas são animadoras. Muitas investem por conta própria. Há centenas de universidades corporativas. A implementação do PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) está na mesma direção. O aumento de matrículas nos cursos profissionalizantes deve ser aplaudido. O Programa Educação para o Mundo do Trabalho, liderado pelo SENAI, tem u alto mérito de focalizar todos os esforços na elevação da qualidade do ensino e dos trabalhadores. Oxalá tudo isso seja acompanhado da mais urgente providencia – a melhoria da qualidade dos educadores. Texto de José Pastore