Educação no Trânsito – Criança Segura

Educação no Trânsito – Criança Segura

Criança Segura no trânsito: pedestre. OECHSLER, M.M. Facilitadora. In: Programa Criança Segura. Atividade vivencial. Carga horária 01h30min. Jaraguá do Sul/SC. Período: 28 de novembro de 2013.

Atividade desenvolvida com crianças do Ensino Fundamental em Instituição de Ensino como atividade vivencial de comportamentos saudáveis em meio social promovendo a autonomia social com segurança

Programa Criança Segura:

Multiplicadora: Mariane Manske Oechsler

Público alvo:  Dezenove crianças da Educação Infantil entre cinco e seis anos de idade

Data: 28 de novembro de 2013

Horário:   7h. e 30 min. às 9h.

Local: Sala de aula (Educação Infantil) da Escola Municipal de Ensino Fundamental Anna Towe Naguel, situada a Rua Marcos Emílio Verbinnen, número 320, no bairro Água Verde da cidade de Jaraguá do Sul, estado de Santa Catarina.

Criança Segura no trânsito: pedestre

A maioria da população considera acidentes (lesões não intencionais) como algo que acontece por acaso e que não poderia ser evitado. O dicionário da língua portuguesa define acidente “o que advém fortuitamente, inesperadamente, sem ser previsto (imprevisto)”. Eis o grande engano, pois, pesquisas atuais, apontam que 90% dos acidentes poderiam ter sido evitados se medidas simples de prevenção tivessem sido tomadas, tais como conscientização e mudanças de comportamentos.

A estatística em acidentes de trânsito no Brasil na faixa etária de zero a 14 anos, aponta para a prevalência de morte para pedestres na faixa etária entre cinco e nove anos. Fato relevante para a promoção de atividades pedagógicas voltadas para a informação deste público e de seus responsáveis voltadas para formação e de comportamentos preventivos (Datasul/2003).

Compreende-se a escola como local de reflexão e aprendizado. Promotora de novos saberes e co-participante neste processo de intervenção, atua diretamente na conscientização das crianças enquanto sujeitos de deveres e direitos.

A proposta de atividades com crianças escolares está baseada na importância de ações voltadas para a promoção da humanização do trânsito, tais como respeito e ética, visando propagar a cultura da prevenção e do cuidado. É preciso conhecer para saber como agir.

Tem-se como objetivo a construção em conjunto com os alunos de novos padrões de comportamentos, incentivando a reflexão dos mesmos e conciliando o conhecimento com a realidade do aluno.

Metodologia

Inicialmente contatou-se com a coordenação da Educação Infantil da escola explicando a proposta. Em contato com a diretora da escola, e autorização da mesma, foi escolhida a sala que receberia o projeto, considerando o calendário letivo, bem como as atividades curriculares. Houve contato prévio com a professora explicando a proposta e adequando melhor dia e horário para a classe. A coordenadora esclarece que todas as crianças possuem um termo assinado pelos pais, já na matricula escolar, autorizando a captação de imagens durante os projetos escolares.

Desenvolvimento

A primeira atividade objetiva o reconhecimento das cores em razão do seu significado no trânsito, pareando-as com normas e regras. Através de palito de sorvete com papel verde e outro com papel vermelho, dialoga-se com as crianças o conhecimento desta regra no trânsito, diferenciando sinaleiro de carro e o sinaleiro de pedestre. Onde VERDE significa “pode ir” (continue) e VERMELHO significa “pare” (perigo). Esta mesma regra passa a ser vivenciada durante o projeto, a criança que quiser compartilhar algo, levanta o palito verde e terá respeitada sua vez de falar. Desta forma trabalhamos direitos e deveres, regras e limites.

Para esta atividade foram utilizadas pazinhas de madeira, uma folha de papel cartão vermelha e uma folha de papel cartão verde. Os quadrados foram cortados nas duas cores em quadrados de 9 cm X 9 cm  e colados com cola branca no palito. Cada criança e a professora ganharam um jogo de palitos.

A segunda atividade elabora a vivencia das regras. Através do palito verde e vermelho uma criança (revezando) controla a brincadeira de estátua. Após a atividade, faz-se uma reflexão sobre a importância de respeitar as regras, e principalmente as cores indicativas do sinaleiro (Imagem 03).

Na aplicação desta atividade, optou-se por ser orientada pela multiplicadora, pois o tempo e o espaço restrito não se adequariam a proposta inicial.

A terceira atividade objetiva proporcionar ao multiplicador uma aproximação com as crianças e conhecer a sua realidade quanto ao trânsito. Através de gravura previamente fixada no quadro com os diferentes meios de transporte, cada criança se dirige ao quadro para colocar seu nome no meio de transporte que corresponde a sua vinda para a escola. Concluindo esta etapa, oportuniza-se um diálogo com as crianças sobre o comportamento e reconhecer os pontos de perigo.

 A execução da terceira etapa ficou prejudicada quanto à fixação das gravuras dos meios de transporte no quadro, pois a multiplicadora não conseguiu organizar em tempo hábil. As gravuras foram substituídas pela escrita. Para evitar tumulto dentro da sala de aula, optou-se em fazer oralmente o levantamento dos meios de transportes utilizados pelas crianças para vir para a escola. Resultando em Kombi (n=1), pedestre (n=2), bicicleta (n=3) e carro (n=13). Para as situações em que ocorre variação no meio de transporte, optou-se pelo modo como a criança veio neste dia. E utilizando os palitos com a cor verde, organizou-se o compartilhar das informações quanto às medidas de segurança nestes diversos meios de transporte. Com ênfase para:

  • Carro: uso do cinto de segurança, sentar no banco traseiro, não fazer bagunça dentro do veiculo, não colocar mão ou cabeça para fora do veiculo, não jogar lixo pela janela, entrar e descer pelo lado da calçada;
  • Bicicleta: uso preferencialmente da ciclovia, com equipamentos de segurança, andar com adulto ou responsável (estas crianças têm no máximo seis anos);
  • Kombi (Condução escolar): mesmos cuidados com o carro e cuidado ao descer;
  • Pedestre: travessia preferencialmente em faixa de pedestre, não correr na travessia da rua, andar na calçada, olhar para os dois lados da rua antes da travessia.

A quarta atividade consiste em um painel com imagens de comportamento correto e outras de comportamentos errôneos por pedestres. Após identificação e reflexão a turma define qual a cor que deve ser colada na gravura (imagem 05), considerando Verde para o comportamento que pode continuar (correto) e Vermelho para o comportamento perigoso e deve parar. Esta atividade serve para verificar o conhecimento prévio sobre condutas no trânsito.

Após identificar o desenho e seu contexto as crianças puderam dar sua opinião quanto a conduta verificada nas gravuras utilizando o senso critico quanto a deveres e direitos. A primeira gravura compreende a importância de fazer a travessia na faixa de pedestre e olhar para os dois lados, preferencialmente acompanhado de um responsável; a segunda gravura destaca a importância de não correr ao atravessar a rua e a utilização da faixa de pedestre; a terceira gravura destaca um menino esperando na calçada com um distanciamento seguro do meio fio e dois meninos em comportamento de risco, pois estão aguardando na rua; a quarta gravura evidencia o uso da calçada e companhia de um responsável; as gravuras quinta e sexta mostram o mesmo cenário com comportamentos diferentes, destacando para o uso correto da faixa de pedestre e a travessia sem correr; a sexta gravura aponta para o local de brincadeiras não ser na rua, mas em local seguro.

 Feita reflexão em conjunto, o painel teve suas gravuras demarcada conforme a cor correspondente ao comportamento (continuar/verde ou parar/vermelho).

 A quinta atividade consiste em um painel com três gravuras de comportamentos no trânsito. Da mesma forma que no exercício anterior, as gravuras foram exploradas, contextualizadas e em seguida analisadas pelas crianças.

Trabalhou-se a percepção, atenção, memória, oralidade, senso critico, motricidade e regras.  Após a exploração da imagem em pequenos grupos as crianças puderam escolher entre as cores vermelha e verde e escolheram uma das gravuras para dar a sua opinião sobre o comportamento. Esta atividade permite a expressão individual valorizando a participação de cada criança na construção deste saber.

A sexta atividade compreende uma análise de realidade, a qual permite as crianças relatar experiências com acidentes ou quase acidentes de trânsito, para reflexão em conjunto de ações preventivas. Esta atividade não ocorreu no modelo programado, os relatos aconteceram de forma espontânea durante todo o projeto.

A sétima atividade consiste em uma revisão de conteúdo. Um painel (folha de papel Kraft 1,50 cm X 1,50 cm) com o desenho da planta baixa do contorno da escola e suas principais vias de acesso, bem como faixa de pedestre, calçadas, cruzamentos e sinaleiro ao seu entorno. Cada criança coloca um bonequinho com seu nome nas proximidades da saída da escola. Este painel pode ficar fixo na parede da escola.

Para esta atividade as crianças foram convidadas a sentar ao redor do painel que ficou exposto no chão. Elas exploraram os locais e neste momento foi possível relembrar locais perigosos e seguros de caminhada e travessia. As crianças puderam identificar as duas saídas que a escola oferece e perceber o trajeto que fazem. Para evitar acidentes no momento de colar os bonecos no painel, optou-se orientar as crianças a escrever seus nomes em um local do painel condizente as regras de segurança no trânsito, para posterior fixação do bonequinho. Durante este processo, as crianças ociosas iniciaram a pintura do ribeirão que circunda a escola, e conforme deixavam o nome registrado eram convidadas a roda de conversa.

O painel fixo na parede da escola perpetua e divulga o conhecimento com os outros alunos e com seus cuidadores. O boneco com identidade permite que a criança se perceba como parte integrante do processo. Objetiva-se com esta atividade, despertar o interesse nos outros alunos e nos pais para as propostas a serem desenvolvidas no próximo ano para os temas diversos do programa: Criança Segura.

É possível verificar os bonequinhos já colados no local indicado pelas crianças, respeitando o conhecimento explorado neste projeto, onde prioriza que local de pedestre é calçada (ou como no painel algum terreno) e travessia preferencialmente na faixa de pedestre, lembrando que a marcação do nome foi de livre escolha das crianças.

A oitava atividade consiste em refletir sobre a conduta dentro da escola, como fila, fluxo, velocidade, regras, local perigoso. Fazendo paralelo com a vivência no trânsito. Esta atividade ocorreu de forma espontânea e teve início enquanto o grupo estava escrevendo seu nome no painel. Conforme terminavam podiam se dirigia ao grupo de bate-papo.

Ao término das atividades, a professora da classe deixou que as crianças livres para brincadeiras, algumas pediram para pintar os painéis. Este projeto foi minha primeira experiência coordenando atividades com crianças nesta faixa etária. Percebi a possibilidade de adequar algumas atividades a fim de melhorar a produtividade e evitar gargalos durante sua execução. A professora havia me alertado que fazendo parte do projeto curricular da escola, o tema trânsito havia sido trabalhado por ela com as crianças no mês de abril, e relata contente, pois percebeu que seus alunos foram participativos e haviam apreendido o conteúdo. Ela valoriza este projeto nesta data, por que além de dar a ela um retorno do seu trabalho, serviu como reforçador dos comportamentos assertivos das crianças no trânsito, visto que estão em fase de desenvolvimento, a repetição e vivencia é parte integrante na fixação do aprendizado. Avalio positivamente a execução deste projeto.

Referência

Programa Criança Segura: pedestre. Educação para a prevenção de Acidentes no Trânsito: Manual do professor. Disponível no site: <http://criancasegura.org.br/>. Acesso em: nov. 2012.

Imagens disponíveis na ferramenta de pesquisa eletrônica Google imagens.

Por: mariane