Na vida, é preciso muito cuidado…
No caso de uma carência afetiva, o indivíduo torna-se uma presa fácil. Palavras cativantes, num primeiro momento soam sedutoras e agradáveis, o que não significam que sejam sinceras e verdadeiras. Assim, a reflexão: “Na vida, é preciso muito cuidado com o que ouvimos. Há mentiras cativantes e verdades sem graça. Isso costuma confundir a razão”, traz a tona uma reflexão necessária sobre o modo como vivemos. É comum, na minha pratica clinica, receber pacientes com a queixa de frustrações repetidas.
Adentrando nas minucias do caso, geralmente observa-se um sujeito com ajustamento criativo disfuncional frente a situação adversa. Ou seja, diante de “alguma situação de desconforto”, o individuo, enquanto organismo vivo, tende a ajustar-se a “demanda”. Para tal movimento, utiliza de recursos internos, oriundos das experiências de vida aprendidos. Ocorre que nem sempre a resposta evocada seja saudável a este indivíduo. Por vezes, ameniza o desconforto inicial, mas a longo prazo, pode lhe ser prejudicial a saúde física e/ou emocional. Como houve uma sensação prazerosa, ainda que momentaneamente, este comportamento “tente” a se repetir, chegando a se cristalizar como um comportamento padrão diante de um evento semelhante. Ofuscando assim, a capacidade racional de análise e resolução de problemas. Neste caminho, a repetição de comportamentos vulneráveis fica estabelecida, ainda que resultem em danos emocionais e/ou físicos.
E quando a mentira é direcionada para o próprio sujeito que a produz? É quando mentimos para nós mesmos. Parece estranho, mas é mais comum do que imaginamos. Quantas vezes ouvimos: sorriso para a foto. Isto significa que nem sempre estávamos alegres ou sorrindo, mas “para ficar bem na foto” emprestamos os movimentos curvilíneos aos lábios, para “representar” um estado de felicidade. Atualmente, muito mais comum, são os “selfs”. Movimento totalmente programado: estado de humor “morno”, no preparo para a foto coloca-se a expressão “modo sorriso”. Self feito e postado, volta-se ao “modo real”. Não que o modo real seja errado, o problema surge, quando acreditamos que o “modo sorriso” devesse ser uma constante. Desta forma, a comparação com outros “perfis” nas redes sociais apresentam uma “falsa realidade” difícil de ser acompanhada, provocando frustração com o mundo real vivido.
A mentira sedutora é melhor aceita do que uma verdade crítica, e vive-se num faz de conta sem final feliz.
Conhece alguém que esteja vivendo nesta armadilha emocional? Ou, você mesmo sente-se preso neste emaranhado de mentiras? Para sair deste ciclo vicioso, muitas vezes, faz-se necessário acompanhamento de um profissional da saúde mental.
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