Tampa da panela
Num passado não distante, algumas verbalizações como “Tampa da panela” ou “outra metade da laranja” imperavam na descrição sobre relacionamento perfeito. Projetar no Outro, a responsabilidade de suprir as minhas carências, está longe de ser uma boa base relacional. Cada indivíduo é único, e como tal, tem características próprias. Assim como diz o artista “cada um sabe a dor e a delícia de ser quem se é”. Sim, todos nós temos aspectos bons e outros não tão desejáveis. Lidar com as nossas próprias batalhas, é experimentar amadurecimento. Com este olhar, podemos vivenciar nossos relacionamentos (familiar, amoroso, fraternal, social) de forma habilidosa. Olhar para minhas fragilidades, ainda que cause dor, é uma das únicas maneiras para provocar a mudança. Como Freud mencionou “Quando a dor do que se está vivendo for maior do que o medo da mudança, daí a pessoa muda”. Este é um movimento intrínseco. Se delego ao Outro resolver o que é meu, amputo meu amadurecimento e sobrecarrego o Outro. O inverso também acontece. Quando o Outro torna-se dependente emocional de mim, e eu permito isso, torno-me prisioneira, e também deixo de viver minha vida. Aqui falamos sobre dependência e co-dependência emocional. Outra situação também surge quando verdades no formato de “minha metade da laranja” servem como guia de relacionamento perfeito. Ora, se sou “metade da laranja” de que laranja estou falando? A minha ou a do Outro? Ou talvez, uma nova laranja… Sendo assim, reflito sobre relacionamentos simbióticos. No início, fase da paixão, é muito comum, mas a longo prazo tem-se mostrado prejudicial na constituição do indivíduo. Retornando a reflexão: “Que a gente seja sempre Inteiro, para não ter que ser a Metade de ninguém”. E desta forma, lado a lado, ou, ainda que sozinho, saibamos viver plenamente nossa inteirice. E, inteiros, nos relacionamos sem fazer cobranças, ou nos sentir vazios de nós mesmos. (Mariane Manske Oechsler)
Você já vivenciou ou está vivenciando alguma crise neste momento?
Deixe sua percepção sobre a reflexão acima.
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